Low budget ou no budget???

Teresa LameirasEstas são duas das grandes dúvidas do mo­mento, apontadas como grande desafio para os marketeers e profissionais da comunicação em geral: Como crescer sem investir, como renta­bilizar cortando.

Sem dúvida que não é tarefa fácil, mas o exercício tem que ser feito, convidando cada um de nós, juntamente com os respectivos parceiros, a fazer novas abordagens a um pú­blico disputado, mas também tantas vezes sa­turado de informação. Há que apostar na nossa criatividade, na capacidade de questionarmos metodologias, conhecimentos, tradições, para encontrar novos caminhos. Saber fazer “muito com pouco”!

Os novos canais de comunicação, as redes sociais ou as soluções mobile são, sem dúvida, importantes áreas a explorar. Não é expectável que me alongue sobre o tema, pois o conheci­mento dos leitores desta revista sobre o mesmo é óbvio.

Gostaria por isso de vos convidar antes a analisar outras áreas de potencial de rentabi­lização que estão no seio das nossas organiza­ções: a comunicação interna, a formação, as relações públicas e os recursos humanos.

São áreas que também estão na minha al­çada e que considero fulcrais sempre, mas ain­da mais quando os tempos são difíceis. Curiosamente é em várias delas que se pensa logo em “cortar para poupar no budget”. Será?

Não me parece de todo que decisões deste tipo tenham valias reais a médio ou longo prazo.

A comunicação interna é essencial para que a voz una e clara da empresa se escute e transvase. Muitas vezes não tem a ver com re­cursos, mas com processos e, diria até, com o capital humano. Ainda há muito quem consi­dere que tem tanto mais poder, quanto menos informação partilhar. Gasta-se tempo, desgas­tam-se pessoas e não se ganha nada. A gestão tem que estar muito atenta a estes entraves, a estas perdas, tantas vezes não quantificadas e – pior ainda – assumidas como normais, que se traduzem num dano real nos recursos para a empresa. Conhecer os objectivos, as dificulda­des; participar nos planos de acção, contribui para um melhor resultado e ajuda seguramente a encontrar respostas diferentes para melhor.

A formação dos nossos interlocutores jun­to dos clientes é imprescindível para garantir uma informação correcta, uma resposta asser­tiva, um conhecimento do produto, uma ati­tude que espelhe os valores da marca. A coe­rência do que comunicamos valida-se também através do contacto e da motivação. Reduções drásticas na formação sem análises cuidadas contribuem para resultados complicados ao nível da satisfação do cliente externo e tantas vezes do cliente interno.

Entram aqui também os recursos huma­nos, quer pela adequação dos profissionais às funções, quer também pelo conhecimento cla­ro que deverão ter daquilo que se espera deles. Pessoas motivadas e esclarecidas são patrimó­nio sem preço.

Por fim, as relações públicas, que são uma ferramenta importantíssima na comunicação da marca. São o rosto da nossa empresa na co­municação com o exterior: instituições, im­prensa, parceiros, etc. A sua eficácia e rigor, no suporte às decisões, às estratégias, aos resulta­dos obtidos ou não, são essenciais em tempos que se avizinham difíceis.

Aqui fica a reflexão: investir com maior ri­gor, explorando novos caminhos e gerir com igual cuidado o património interno da empresa para obter melhores resultados quantitativos e seguramente melhores qualitativos.

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