Grupo Ageas Portugal: A cultura como espelho da inclusão

O acesso à cultura e ao entretenimento é um direito de todos/as. Apesar disso, a realidade de muitas pessoas, no seu dia-a-dia, prova que a acessibilidade à cultura e ao mundo dos espectáculos continua a ter vários obstáculos e a precisar de desenvolvimentos, acabando este por ser um direito ainda não transversal ao dia de hoje.

Tendo em conta que cerca de 10,9% da população portuguesa (segundo dados dos mais recentes Censos, de 2021) vive com alguma deficiência ou incapacidade, relacionada com a visão, audição e/ou função motora, é muito importante passar das palavras aos actos, porque as necessidades específicas destas pessoas não podem ser ignoradas.

É um percurso longo, mas é um caminho que o Grupo Ageas Portugal já começou a trilhar. A sua parceria com o Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII), através do Projecto de Acessibilidade Ageas TNDMII – um teatro de/para todos/as é um exemplo. Por um lado, fez parte do programa cultural que está a ter lugar em todo o País, através da Odisseia Nacional. Por outro, surge a vertente de obras de renovação e nos bastidores do Teatro Nacional D. Maria II, uma aposta na acessibilidade, com grande impacto nacional.

SEM OLHAR A QUEM

Mais recentemente, o Grupo Ageas Portugal e a Fundação Ageas juntaram-se à RFM para uma iniciativa muito especial: RFM Sem Olhar a Quem foi uma emissão de rádio de 28 horas contínuas dedicadas ao despertar de consciências sobre a acessibilidade à cultura.

Além da consciencialização sobre o tema, pretendeu-se colocar em cima da mesa o debate daquela que é uma realidade para muitos/as.

A iniciativa decorreu das seis da manhã de 22 de Junho até às dez da manhã de 23 de Junho, na parte exterior do Campo Pequeno, em Lisboa, com a presença de vários artistas e agentes da cultura, colocando em debate a inclusão de todas as pessoas nos espectáculos e eventos que organizam e em que participam.

Foi uma acção em que tudo foi pensado ao pormenor para assegurar, precisamente, a acessibilidade. Desde o espaço com rampas de acesso, dois palcos ligados entre si, tradução com intérpretes de Língua Gestual Portuguesa, a conteúdos digitais legendados ou à existência do programa da acção em braille.

Ninguém ficou de fora e a prova disso mesmo está na visita de quem assistiu aos concertos (gratuitos): pessoas com deficiência motora, pessoas surdas, crianças, jovens, casais, profissionais que passavam em passo largo, seniores, associações, pessoas com deficiências cognitivas. Todos/as.

O objectivo definido para este evento – entender como se encara a inclusão nos espectáculos, num despertar de consciências – foi largamente alcançado. Conseguiu-se chamar a atenção para a necessidade de proporcionar acessibilidades em festivais, concertos e outros eventos culturais, promovendo mais avanços, como, por exemplo, a necessidade de implementação do bilhete de acompanhante gratuito ou a necessidade de casas de banho adaptadas, assim como balcões rebaixados. Audiodescrições e espaços amplos são outros dois exemplos necessários a ter em consideração.

Foi um autêntico festival de bandas/músicos que deram o seu contributo e que mostraram que querem fazer mais no que toca a este tema. Para dar música e voz a esta causa, o palco recebeu 5.ª Punkada, Beatriz Rosário, Matias Damásio, João Pedro Pais, Pedro Mafama, Nena, Syro, Bianca Barros, D.A.M.A, Anjos, Áurea, Calema, David Carreira, Átoa, Maninho, D’Zrt, Fingertips, Noble e ainda Fernando Daniel. Artistas que ficaram visivelmente impactados e emocionados, por exemplo, pela forma como as pessoas surdas presentes sentiram, vibraram e dançaram com as suas músicas.

Esta iniciativa contou ainda com a participação da Access Lab, uma empresa parceira da Fundação Ageas, que trabalha o acesso de pessoas com deficiência e surdas à cultura e ao entretenimento, enquanto direito humano fundamental.

Com esta iniciativa, o Grupo Ageas Portugal reforça o seu compromisso em tornar o sector da Cultura mais acessível, assim como toda a sociedade, considerando que acessibilidade é sinónimo de inclusão. Para a companhia, é obrigatório que a cultura se torne, efectivamente, inclusiva.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Seguros”, publicado na edição de Novembro (n.º 328) da Marketeer.

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