“Freelancer do Dia CCP by Marketeer”: RAE

É difícil sobressair por entre dezenas de curriculos. A partir de certa altura, os nomes confundem-se e aquele que poderia ser o par perfeito para um projecto na calha acaba por fugir. Partindo do directório lançado pelo Clube Criativos Portugal (CCP), a Marketeer propõe conhecer melhor alguns dos talentos freelancers nas áreas da criatividade e comunicação.

RAE (realizador) é o mais recente protagonista da rubrica “Freelancer do Dia CCP by Marketeer”, que apresentará, duas vezes por semana, exemplos de quem decidiu aventurar-se por conta própria.

Qual é a melhor coisa que já fizeste?

É difícil de eleger um projecto que seja a melhor coisa que já fiz. Porque cada trabalho está sempre sujeito a muita susceptibilidade. Desde a qualidade geral do filme em todos os departamentos às dificuldades encontradas no processo, ao barómetro que mede o sucesso, que depende sempre do timing, do feedback dos outros; desde as redes sociais à percepção directa, seja dos colegas da área, dos amigos ou familiares enquanto espectadores.

Acho que os meus melhores trabalhos têm sempre uma estrutura criativa muito forte de base. Enquanto realizadores, estamos sempre a dar continuidade a algo que já foi criado, uma ideia, um script, um briefing de produção, etc.

Um dos trabalhos que me deu muito gozo fazer foi o filme “Cavalo” para o festival de cinema Indie Junior. A criatividade da Leo Burnett foi um excelente ponto de partida e o facto de o orçamento ser bem abaixo de um low budget obrigou-me a pensar de outra forma e a encontrar soluções diferentes para tentar comunicar o que pretendíamos. Estava no meu segundo ano enquanto realizador e não tinha o leque de ferramentas e o know-how que tenho hoje. Foi um desafio interessante.

Qual é o projecto que queres fazer a seguir?

Estou a trabalhar num projecto de ficção. Algo bastante diferente dos processos publicitários, onde estou envolvido desde o primeiro dia enquanto argumentista. Um projecto com uma timeline muito mais extensa, que envolve uma estrutura maior de produção. Mas neste momento ainda estou longe da pré-produção. Estou a trabalhar em parceria com um colega e continuamos na fase de pesquisa, organização da informação, escrever, deitar fora, escrever outra vez. Sempre quis conciliar estes dois mundos e a ambição será sempre conseguir encaixar as duas dimensões.

Porque é que te devem contratar?

Porque é que me devem contratar? Porque não? Tenho a formação, o know-how, a experiência, a vontade, a garra e, acima de tudo, dou sempre tudo o que tenho, até ao último suspiro. Seja uma borla para uma instituição que precisa, uma publicidade com orçamento de 1 milhão de euros ou uma projecto de ficção que ocupe três anos da minha vida.

Não tenho patrões, nem empregados, apenas colaboradores, tento flutuar por cima dos egos e não há nada que respeite mais, do que o próprio filme.

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