“Freelancer do Dia CCP by Marketeer”: Mário Bock

É difícil sobressair por entre dezenas de curriculos. A partir de certa altura, os nomes confundem-se e aquele que poderia ser o par perfeito para um projecto na calha acaba por fugir. Partindo do directório lançado pelo Clube Criativos Portugal (CCP), a Marketeer propõe conhecer melhor alguns dos talentos freelancers nas áreas da criatividade e comunicação.

Mário Bock (filmmaker) é o mais recente protagonista da rubrica “Freelancer do Dia CCP by Marketeer”, que apresentará, duas vezes por semana, exemplos de quem decidiu aventurar-se por conta própria.

Qual foi a melhor coisa que já fizeste?

Nos últimos três anos tenho vindo a desenvolver variadíssimos projectos para o Super Bock Group com grande foco no digital. Trabalho para cima de 10 festivais anualmente e o maior e melhor projecto foi para o festival Super Bock Super Rock em 2019. Produzi para a marca Super Bock Original um vídeo de um minuto de highlights do festival com o foco em consumo, produto e música.

Qual é o projecto que queres fazer a seguir?

Nos próximos tempos gostaria de entrar no mercado dos pequenos documentários. Gostaria de produzir filmes com imagens captadas no presente (entrevistas e B-Roll) e trabalhar arquivos. Recorrer a recursos técnicos como colagens e animações das mesmas. Pretendo alugar material de mid-budget para entregar ao cliente a melhor definição possível mediante orçamento.

Porque é que te devem contratar?

Tenho seis anos de experiência como freelancer e já trabalhei para diversas marcas e empresas, quer nacionais como internacionais. Tenho excelentes relações com marketeers de bons cargos e já trabalhei também para múltiplas agências de renome. O meu objectivo é sempre o mesmo: entregar ao cliente a tempo e horas, com a máxima qualidade possível, e criar boas e novas relações cliente/fornecedor.

Como vês a situação actual?

Todos os freelancers do Pais estão a sofrer como nunca sofreram. Alguns viram-se com percentagens de trabalho cancelado demasiado altas. Excelentes profissionais com Verões carregados de trabalho viram-se sem chão e estão a tentar adaptar-se. Como realizador/produtor video, consigo migrar para outro género de clientes que não os sazonais de festival, mas é trabalho que requer tempo. Não sei se os freelancers vão conseguir cobrir o trabalho cancelado em tão pouco tempo. Da minha parte, duvido. E podemos entrar na conversa da volatilidade dos recibos verdes, mas, não querendo entrar em politiquices, sinto que os freelancers com clientes habituais e excelentes relações com os mesmos devem conseguir ter uma conversa e arranjar novas  formas de trabalhar e de facturar. Proactividade acima de tudo. Ajudas de custo quando são precisas a quem tudo perdeu.

Estamos sempre lá para as marcas, para os festivais, para as empresas, para as animações e para as edições a serem entregues ontem. Não se esqueçam de nós.

Desde quando és freelancer e porquê essa decisão?

Sou freelancer desde 2013, com duas paragens a tempo inteiro, uma em Lisboa e outra em Londres. Em Londres, aprendi imenso sobre iluminação numa produtora chamada Bullion Productions. Era muito novo e obrigou-me a aprender tudo o que era possível e a ser extremamente proactivo. Ainda hoje penso em coisas que aprendi lá com os realizadores da casa. Fiz de tudo um pouco. Desde carregar caixas e caixas com cabos de material a filmar ao lado de grandes realizadores como o Jack Newman, James
Willis, João Retorta, entre outros.

Em Lisboa, conheci novos colegas de trabalho e aprendi como funciona o mundo de trabalho em partilha de ideias dentro de uma muito pequena equipa. Optei por ser freelancer após alguns meses em Lisboa. Sentia que tinha contactos suficientes para trabalhar sozinho e seria uma excelente maneira de conseguir fazer trabalhos distintos uns dos outros e quebrar rotinas diariamente.

Quais as vantagens e desvantagens de ser freelancer?

A grande vantagem de ser freelancer é a capacidade de ditar os nossos horários. Pessoalmente, tenho tendência a praticar um horário tradicional, apesar dos incontáveis fins-de-semana em trabalho, mas se me sentir exausto ou a precisar de um dia de descanso não tenho problemas em fazê-lo. É possível viajar em trabalho e a nível pessoal muito mais facilmente do que a trabalhar por conta de outrém. A grande desvantagem é a volatilidade económica. Apesar de um freelancer receber, regra geral, mais que alguém a tempo inteiro, os salários são voláteis, passíveis de cancelamento e a pressão com o cliente é enorme. Somos responsáveis por 100% dos projectos. Se houver falhas, a culpa é nossa. Se algo for cancelado, não recebemos.

Para conhecer melhor Mário Bock:

www.mariobock.pt

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