“Freelancer do Dia CCP by Marketeer”: Catarina Neves Santos

É difícil sobressair por entre dezenas de curriculos. A partir de certa altura, os nomes confundem-se e aquele que poderia ser o par perfeito para um projecto na calha acaba por fugir. Partindo do directório lançado pelo Clube Criativos Portugal (CCP), a Marketeer propõe conhecer melhor alguns dos talentos freelancers nas áreas da criatividade e comunicação.

Catarina Neves Santos (Art director e UI designer) é o mais recente protagonista da rubrica “Freelancer do Dia CCP by Marketeer”, que apresentará, duas vezes por semana, exemplos de quem decidiu aventurar-se por conta própria.

Qual é o projecto de que mais te orgulhas?

É difícil escolher apenas um. Os projectos que mais me orgulham até hoje são sempre aqueles que crio de raiz. Criei vários negócios, uns funcionaram, outros não e alguns readaptaram-se a novas circunstâncias e sobreviveram – como é o caso do The Mean & The Bean, um branding studio, com espaço físico na zona dos Anjos, que iniciou enquanto dupla criativa mas que rapidamente se transformou, ficando apenas a meu cargo e acompanha-me até hoje, simultaneamente com outros projectos. Continuo a ter clientes que vou acompanhando desde essa altura.

Em 2018, criei a MOSSA – the digital takes courage, mais dedicado ao UI/UX design e aplicações para mobile, em parceria com developers. Actualmente, estou com outro projecto, uma ideia que surge em tempos de Covid e que se propõe a ser um serviço diferente.

Qual é o projecto que queres fazer a seguir?

Sou pouco de fazer grandes planos, mas num futuro próximo gostava de ir viver para o campo, recuperar uma casa de família e trabalhar rodeada por natureza. Seria top e verdadeiramente inspirador.

Porque é que te devem contratar?

Devem contratar-me porque sou uma pessoa que luta por aquilo em que acredita e consequentemente respeita aquilo em que os outros acreditam. Não desisto à primeira contrariedade e acredito que os bons resultados se conseguem através de um trabalho de equipa e de uma comunicação eficaz.

Como vês a situação actual que vivemos?

Estamos a viver um tempo novo, em todos os sentidos. Quando tudo nos parecia garantido, veio um virus que meteu mais medo do que a possibilidade de uma terceira Guerra Mundial e que nos fez colocar tudo em perspectiva.

Apesar do contexto, o mercado não parou, as marcas não pararam. Aliás, parece que nunca houve tanta necessidade de comunicar. Foi preciso preencher os vazios e apoiar mesmo à distância.

Acho que as marcas souberam fazê-lo rapidamente e as agências adaptaram-se ao home office de uma forma impressionante. Publicidade feita em tempo record e a noção de uma realidade possível e agora comprovada, trabalho à distância, eficiente e eficaz. Afastaram-se logótipos numa metáfora social, apelou-se à responsabilidade de cada um, exacerbou-se a bondade colectiva, os vizinhos passaram a ser a novas famílias e as ruas desertas foram o melhor spot para se gravar um anúncio. Por estas razões e muitas mais, acho que estamos todos preparados para fazer mais, recomeçar numa direcção maior e melhor.

Desde quando és freelancer e porquê esta decisão?

Sou freelancer desde sempre, como costumo dizer. Trabalhei para outros e trabalho durante alguns períodos de tempo em agências, o que também adoro, mas ao fim de algum tempo a necessidade de ser eu a gerir o meu tempo e projectos tem falado sempre mais alto.

Quais as vantagens e desvantagens de ser freelancer?

Penso que sem dúvida a maior vantagem é a flexibilidade na gestão de tempo e do local onde se trabalha. Em segundo lugar, não existirem chefias e/ou hierarquias também facilita o processo criativo, não deixando nunca de respeitar os prazos e acatar as directrizes que me são dadas. É um processo que, no geral, tem fluido bem mas acho que ainda há algum trabalho a ser feito por parte dos clientes e das agências, no sentido de encararem o teletrabalho como um trabalho responsável e aceitarem trabalhar à distância com os seus freelancers. Acho que esta fase pode vir a contribuir nesse sentido.

A grande desvantagem é a incerteza porque as agências ainda não se renderam ao regime de avenças com os freelancers, o que poderia ser bom para ambas as partes. Assimm tanto podemos ter muito trabalho, como não ter nenhum. Nessas alturas, ou se tira férias ou se procura trabalho fixo.

Para conhecer melhor Catarina Neves Santos:

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