Este café é produzido nos Açores e só o vai encontrar nas lojas Delta The Coffee House Experience

A partir de hoje está disponível, nas lojas Delta The Coffee House Experience (de Lisboa e Porto), o mais recente lançamento da Delta Cafés, o lote de café dos Açores. «Hoje é um dia muito especial porque celebramos um regresso às origens, às nossas origens, a Portugal, com epicentro nos Açores. Estamos aqui porque queremos valorizar o que é nosso», garantiu Rui Miguel Nabeiro, CEO do Grupo Nabeiro – Delta Cafés.

A mais recente novidade resulta do trabalho de cooperação entre a Delta Cafés, a Associação de Produtores Açorianos de Café (APAC) e o Governo Regional dos Açores, desde 2019, com o objectivo de promover e dar a conhecer o café dos Açores, difundir conhecimento sobre esta cultura e responder ao interesse que a sua produção tem suscitado, visando criar as condições para certificar a região como a primeira produtora de café na Europa.

Durante a apresentação desta edição limitada, Rui Miguel Nabeiro lembrou que, em 2018, a Delta se juntou à International Coffee Partners (associação de empresas familiares de café europeias que promove e ajuda a produção de café junto de pequenos agricultores). «Nessa altura, tomámos conhecimento de que havia alguém que estava já a tentar produzir café os Açores. Foi nesse momento que dissemos “porque não percebermos se é possível?”. Quatro anos depois chegamos aqui a acreditar que é possível fazer café nos Açores.» O CEO da empresa acrescenta: «A nossa expectativa não é sermos nós os agricultores. É que possa haver gente que se apaixone por este projecto. O que queríamos era contagiar famílias a acreditarem que era possível investir em café e terem a sua subsistência a vir do café.»

Nos primeiros anos o projecto centrou-se na avaliação e na melhoria de todos os aspectos envolvidos na produção, transformação e comercialização de café dos Açores tendo como principal objectivo unir e fortalecer os produtores de modo a estimular o desenvolvimento da cafeicultura desta região.  Em 2019, foi feito um levantamento exaustivo, produzido um relatório e dado aconselhamento técnico, desde a colheita à moagem e degustação aos cafeicultores associados da APAC.

Com o apoio da International Coffee Partners, a Delta Cafés investiu na formação e qualificação dos cafeicultores dos Açores, para perceber qual o melhor tipo de café adequado ao clima açoriano, que culminou com um estudo que foi entregue, em Maio de 2022, ao Governo Regional dos Açores e que revela o potencial da região para a produção de café. Nesse estudo fica a indicação de que existem seis potenciais novas variedades que se podem inserir na produção açoriana. «O microclima com temperaturas amenas, altos níveis de humidade, chuva abundante durante todo o ano e o solo vulcânico fazem dos Açores um local surpreendentemente privilegiado para a produção de café de qualidade.»

Já este ano, o Governo Regional dos Açores em conjunto com a Delta Cafés promoveu sessões de “Desenvolvimento da Cultura do Café”, na Ilha Terceira e na Ilha de São Miguel, que abordaram as tendências de consumo e as perspectivas futuras do mercado internacional de café; o enquadramento actual da produção do Arquipélago e os seus objectivos de desenvolvimento, assim como a identificação de desafios e oportunidades que vão surgir com este projecto.

«Temos investido na formação e qualificação dos cafeicultores dos Açores, levando já hoje mais de 1200 horas de trabalho no terreno e mais de 160 pessoas colaboraram na produção de conhecimento. Com isto, ao longo destes últimos anos já impactámos mais de 80 produtores em acções de capacitação e workshops. Foram envolvidas ao longo do projecto, mais de 11 instituições, entre elas a Universidade dos Açores, a Secretaria Regional, a APAC, entre outras», sublinhou Rui Miguel Nabeiro.

Do ponto de vista de futuro, «sentimos um grande crescimento das manifestações de interesse por este projecto. Já cumprimos cinco missões técnicas e temos já planeado com os consultores mais sete ao abrigo do protocolo. Acreditamos que estão criadas as bases para a construção de um caminho de futuro do sector de café dos Açores».

O CEO recordou ainda as palavras do seu avô, o Comendador Rui Nabeiro, que dizia «o nosso papel é lançar as sementes à terra», justificando que está no ADN da Delta desenvolver iniciativas com impacto na comunidade. «Já o fizemos em Timor, estamos a fazer também em Angola, promovendo o desenvolvimento de fileiras de produção de café em todas essas Origens. Por isso, faz todo o sentido também fazer isso nos Açores, no nosso País. E são estas as sementes que tornam possível poder apresentar-vos hoje o primeiro café português com origem nos Açores.»

José Manuel Bolieiro, Presidente do Governo dos Açores, salientou ainda durante o lançamento do café dos Açores que este não representa um fim, antes o começo de uma nova etapa. «Com este legado e este passado de trabalho, teremos um amanhã de resultados e de valor social, económico e cultural acrescentado. O reconhecimento que o território pode ter valor por acção humana e não apenas pela riqueza endógena, da sua pré existência, é a verdadeira inspiração do Comendador Rui Nabeiro.»

Já Luís Espínola, Presidente da APAC, salienta que os solos vulcânicos pouco profundos, os ventos com mais de 100 km hora e a bruma são alguns dos desafios que os agricultores açorianos têm tentado ultrapassar ao longo dos anos. «São essas as características que fazem do café dos Açores uma especialidade e uma sensação sem outro igual.» O responsável comenta que devido às características da região este café não será competitivo a nível de preço, mas sê-lo-á a nível de qualidade e singularidade.

Neste momento a APAC conta com mais de 70 associados distribuídos em 8 das 9 ilhas dos Açores. «O sonho já é uma realidade e vai crescer, analisando a quantidade de plantações que têm vindo a ser desenvolvidas», assegura salientando que este ano foram já ultrapassados os 1500 quilos de café verde transformado.

Rui Miguel Nabeiro, João Manuel Nabeiro, José Manuel Bolieiro, Luís Espínola

Colocar na boca das pessoas um café de qualidade e português

Qualidade, sustentabilidade e Açores. São estas as três palavras que João Manuel Nabeiro, Chairman do Grupo Nabeiro, escolhe para descrever o primeiro café português produzido nos Açores.

O filho do histórico fundador da Delta confessa que este lançamento é um sonho antigo que se torna hoje realidade: «Colocar na boca das pessoas um café de qualidade e português.» E acredita que, de onde está, o seu pai, o Comendador Rui Nabeiro, «está certamente orgulhoso do momento que estamos aqui a viver. Um momento importante na história do café em Portugal». Historicamente ouve-se falar de cafés das mais variadas origens, da Colômbia à Etiópia, passando pelo Brasil, Costa Rica e Quénia, porém «não se julgava ser possível o que a Delta e os parceiros da Região Autónoma dos Açores hoje materializam em conjunto. Isto é dar início ao processo para fazer chegar o café dos Açores à boca de todos os portugueses consumidores. Este projecto é, nada mais, nada menos do que a materialização da nossa identidade. Um verdadeiro tributo ao nosso País e representa uma valiosa contribuição para a construção de um legado com valor social, ambiental e económico», salienta João Manuel Nabeiro.

O chairman deixa ainda a garantia de que o grupo quer dar uma contribuição para que o café açoriano mantenha uma qualidade consistente ao longo dos anos posicionando-se como um café de reconhecido e elevado valor. «Como dizia o meu pai, nada está feito enquanto ainda restam coisas para fazer. Uma das coisas que faltava fazer era esta. Dar um contributo decisivo para impulsionar a viabilidade e a sustentabilidade da produção de café nos Açores, de forma que esta tenha impacto positivo na região. A produção de café cuja tradição perdura no arquipélago há mais de um século é como um tesouro enraizado nas nossas terras açorianas, pronto para despertar os sentidos e contar histórias de gerações passadas e futuras.»

Texto de Maria João Lima

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