E agora, IPBeja? Para onde?

Há cerca de um ano, o mundo mudou. A pandemia de Covid-19 trouxe mudanças a vários sectores de actividade, que tiveram de encontrar alternativas para se manterem operacionais, e o ensino não foi excepção. Tal como aconteceu nas restantes instituições, no IPBeja as actividades de ensino e leccionação passaram a funcionar, tendencialmente, através de meios de comunicação à distância, resultado de uma adaptação do processo de ensino presencial por via do recurso a outra forma de presença não física, mas virtual, dos participantes. «Tendo em conta que o IPBeja, antes de Março de 2020, não funcionava em consonância com o paradigma “teletrabalho” mais “ensino a distância”, procurou-se dar a melhor resposta, dentro do que foi, e continua a ser, possível», refere Ana Paula Figueira, pró-presidente do IPBeja.

Este instituto politécnico não poupou esforços, nem investimentos, no sentido de garantir a segurança de alunos, funcionários e corpo docente, mas também a adequação de todos os serviços às necessidades dos tempos actuais. Face ao reforço de utilização da internet, o IPBeja apostou na implementação de melhorias e requalificação da sua rede e sistemas informáticos, com o intuito de aumentar o desempenho e segurança dos mesmos, com ganhos de eficiência e de produtividade.

Recorrendo a fundos provenientes, em particular, do projecto RCTS – Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade, da responsabilidade da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o IPBeja implementou, desde Agosto do ano passado, medidas como: instalação de novos equipamentos para melhoria das comunicações entre as residências I e II e o Campus IPBeja; nova firewall, para renovar o sistema em vigor desde 2012; novos equipamentos de comutação 100/40 Gbits no centro de dados e unidades orgânicas, para renovar equipamentos de 2009; upgrade de conectividade em fibra óptica 40 Gbits, para renovar equipamentos/reutilizar ligações de fibra de 2008; novos equipamentos de comutação para unidades orgânicas, para renovar equipamentos de 2009; novo controlador de redes Wi-Fi; reforço geral de cobertura Wi-Fi; instalação de infra-estruturas de comunicação e fibra óptica no Centro Experimental para ligação ao Campus IPBeja.

Contudo, as medidas introduzidas não se ficaram pelos meios tecnológicos. Em parceria com a empresa de testes laboratoriais clínicos e serviços de diagnóstico clínico integrado Unilabs, o IPBeja criou um drive-thru para a realização de testes de detecção do vírus da Covid-19. Este centro de rastreio móvel encontra-se a funcionar nas instalações do IPBeja desde o final de Fevereiro passado. «Como o IPBeja tem continuamente necessidade de realização de testes, também estes podem, agora, ser feitos nas nossas instalações. Desta forma, para além de contribuir para o aumento da oferta dos locais para a realização deste tipo de testes na região, aumentámos a confiança das pessoas que trabalham e estudam no IPBeja, pois estas sentem-se mais seguras ao saber que podem fazer o teste “mesmo ao lado”», sublinha Ana Paula Figueira.

Segundo a pró-presidente do IPBeja, o instituto politécnico mantém como objectivo o cumprimento do Plano Estratégico 2018-2021, apesar das mudanças que têm ocorrido no sector, e que se deverão manter na fase pós-pandemia. «Parece-nos que a prestação de trabalho e o exercício das funções docentes e de investigação sem presença física do trabalhador, com recurso a meios tecnológicos à distância, passarão a constituir uma alternativa, muito provável em determinados casos, à actividade presencial, com vantagens individuais e socioeconómicas confirmadas pela experiência durante a crise pandémica», frisa Ana Paula Figueira.

Contudo, e numa altura em que as instituições de ensino superior preparam a reabertura e o regresso das aulas presenciais (agendados para 19 de Abril), a responsável reitera que «é importante fazer uma reflexão preliminar no sentido de encontrar respostas para algumas questões que têm assolado o ensino superior nos últimos anos e que poderiam agora ser alvo de maior reflexão, contribuindo para firmar a mudança, se desejada». Ou seja, o futuro depende em grande parte daquilo que é feito no presente.

Artigos relacionados