Do individualismo ao desejo de cuidar. Accenture revela mudanças de comportamento
O relatório anual de tendências da Accenture Interactive, “Fjord Trends”, – que analisa os hábitos e tendências que afectam a cultura, a sociedade e os negócios – revela que as empresas devem repensar as suas estratégias, da mesma forma que as pessoas o devem fazer em relação ao trabalho, à tecnologia, às marcas e ao planeta.
A 15.ª edição do “Fjord Trends” demonstra novos padrões de comportamento que vão desafiar as organizações a repensarem a sua abordagem ao design, inovação e crescimento, como “consequência das mudanças de expectativas e mindsets dos colaboradores”, mas também “da escassez causada pela disrupção das cadeias de abastecimento” e, ainda, “de novos ambientes virtuais”, como o metaverso.
«Não subestime o grau de mudança nas relações a que assistimos, nem o papel dos negócios na resposta a estas mudanças», afirma, em comunicado, Mark Curtis, head of Global Innovation and Thought Leadership da Accenture Interactive. «Tudo aponta para uma mudança nas relações pessoais – com colegas, marcas, sociedade, com lugares e até com pessoas mais próximas. Aproximam-se tempos desafiantes, mas também grandes oportunidades para que as empresas possam construir relações positivas e criar um novo ‘tecido de vida’ que seja benéfico para o indivíduo, para a sociedade e para o planeta.»
Com base nos resultados da análise, o relatório prevê os cinco principais comportamentos e tendências que vão afectar a sociedade, a cultura e os negócios:
1. Come as you are: Dois anos após o início da pandemia, o crescente sentido de controlo e responsabilidade sobre as suas próprias vidas está a afectar a maneira como as pessoas trabalham, se relacionam e consomem. Questionam-se sobre quem são e o que é mais importante para si. O individualismo crescente marcado por uma mentalidade de “eu acima do nós” tem profundas implicações para as organizações, na forma como lidam e moldam uma nova proposta de valor para os seus colaboradores e como cultivam as relações entre a organização e os clientes.
2. The end of abundance thinking?: Ao longo do último ano, muitos consumidores experienciaram prateleiras vazias, o aumento das contas de electricidade e a falta de serviços quotidianos. Embora as falhas nas cadeias de abastecimento possam ser um desafio temporário, o impacto persistirá e levará a uma mudança no “pensamento de abundância” – assente numa lógica de disponibilidade, conveniência e velocidade – levando a uma maior consciência ambiental. As empresas devem gerir a “ansiedade” da disponibilidade, sentida no mundo inteiro.
3. The next frontier: Uma explosão cultural está prestes a acontecer – o metaverso será uma nova fronteira da internet, combinando todas as camadas existentes de informação, interfaces e espaços com as quais as pessoas interagem. Oferece uma nova fonte de receita, está a criar novas profissões e permite às marcas possibilidades infinitas, que as pessoas esperam que as empresas ajudem a construir e a navegar. E não existirá apenas nos ecrãs e auriculares – o metaverso também será sobre experiências e lugares do mundo real que interagem com o digital.
4. This much is true: Actualmente, as pessoas esperam fazer perguntas e obter respostas com o clique de um botão ou através de uma breve interacção com um assistente de voz. O facto de ser tão simples e imediato leva as pessoas a perguntar ainda mais. Para as marcas, a variedade de questões dos clientes e o número de canais para as colocar crescem constantemente. A resposta a estas questões é um grande desafio de design, um factor crítico de confiança e uma vantagem competitiva no futuro.
5. Handle with care: O desejo de cuidar destacou-se nestes últimos dois anos em todas as suas formas – o cuidado próprio, o cuidado do outro, os serviços de cuidados e os canais de entrega de cuidados, tanto no formato digital como físico. Isto está a criar oportunidades e desafios para empresas e marcas, independentemente das suas credenciais de saúde e médicas. As responsabilidades relacionadas com o cuidar de nós mesmos e dos outros continuarão a ser uma prioridade nas nossas vidas. Tanto os designers como as empresas precisam de criar espaço para poderem praticar o “cuidado”.