Directores de Marketing ainda não estão preparados para garantir privacidade dos dados
74% dos Chief Marketing Officers (CMO) acreditam que questões relacionadas com privacidade e recolha de dados tornar-se-ão cada vez mais importantes no papel que desempenham ao longo dos próximos cinco anos. Porém, menos de metade (48%) tem uma política oficial para garantir que os dados dos consumidores são tratados de forma ética.
Os dados são da World Federation of Advertisers (WFA) e têm por base as respostas de 147 profissionais de marketing seniores, representantes de empresas com gastos publicitários globais de 55 mil milhões de dólares (cerca de 49,2 mil milhões de euros).
Reportados pelo The Drum, os dados mostram que, embora, os directores de Marketing estejam cada vez mais atentos ao assunto e conscientes de que a privacidade dos dados é uma área que lhes diz respeito, nem todos estão preparados para abordar o tema na prática.
A WFA revela ainda que 82% destes profissionais consideraria deixar a empresa para a qual trabalham se sentissem que a forma como são tratados os dados não é ética. Além disso, 26% disse já ter tido uma experiência sobre o tema que os deixou desconfortáveis em alguma momento da carreira profissional; 10% afirmou também não sentir que poderia falar e questionar a abordagem.
A WFA espera que o estudo possa ser uma espécie de incentivo para que as empresas façam mais do que simplesmente cumprir as leis de privacidade de dados. Nesse sentido, a organização deixa também algumas recomendações:
– Respeito. A utilização de quaisquer dados deve respeitar os seus proprietários e ter em consideração de que forma pode melhorar as suas vidas;
– Justiça. A utilização de dados deve ser inclusiva, apelar à diversidade e eliminar preconceitos em vez de dividir os consumidores em grupos;
– Responsabilidade. Os consumidores esperam que as empresas sejam abertas relativamente às suas práticas de utilização de dados e que apliquem os mesmos padrões e regras a todos os parceiros, fornecedores, publishers e plataformas;
– Transparência. O crescimento de tecnologias como Inteligência Artificial ou machine learning não deve ser desculpa para menos transparência.