Conversa Marketeer: “Desafios da Marca Lisboa”

_DSC7727_2A marca Lisboa «não é só fruto daquilo que é a promoção do Turismo. Aquilo que o José Avillez faz e quando ele se projecta internacionalmente, está a projectar o destino de Portugal e, necessariamente, o destino de Lisboa se for tido em conta o local onde estão localizados os seus restaurantes. Quando um arquitecto se evidencia no estrangeiro, faz soar o nome de Portugal no estrangeiro, estamos a projectar o nome de Portugal como um país de criatividade. Tudo isto ajuda à construção da ideia de que Lisboa é uma cidade moderna, actual, onde há criatividade e onde se tem uma qualidade de vida que é extraordinária», garantiu o Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes durante a conversa de final de tarde promovida pela Marketeer e pela LisbonWeek, que decorreu, ontem, no foyer do Teatro São Carlos, subordinada ao tema “Desafios da Marca Lisboa”. À conversa estiveram também a Vereadora da Economia, Inovação, Modernização e Descentralização, Graça Fonseca, o presidente da Ivity Brand Corp, Carlos Coelho, o Chef José Avillez e o autor do blog Alfaiata Lisboeta, José Cabral.

Graça Fonseca revelou que o trabalho de city branding de Lisboa tem vindo a ser feito ao longo dos últimos seis meses. «City branding significa, na prática, sabermos qual é o DNA da cidade, em que é que ele consiste, como é Lisboa é distintiva das outras cidades e regiões que competem a nível global por talentos, investimentos e capacidade para atrair pessoas para aqui se fixarem empresas», explicou a vereadora que quer traçar os aspectos que distinguem a capital portuguesas de cidades como Madrid, Barcelona e Londres…

Carlos Coelho defendeu, por seu turno, que aplicar o conceito comercial de marcas a cidades dá sempre asneira. E foi mais longe! «Não há um único caso de criação de marcas cidade bem sucedido. Todas as tentativas deram asneira.» Na opinião deste profissional, o trabalho a fazer é potenciar a história que já existe deixando que cada uma das pessoas, das instituições siga o seu caminho.

A vereadora assegurou que estava a «discordar concordando», já que quando fala de marca não o faz no sentido comercial, mas no sentido de «definir o que é que queremos promover em Lisboa. Preciso de saber que história é que vamos contar, qual é o ADN da nossa cidade, e o que distingue Lisboa de todas as outras cidades», reforçou.

A dar a sua visão da cidade como os lisboetas a vêem esteve José Cabral lançando a debate o facto de existirem várias Lisboas dentro de Lisboa: a românica, a medieval, a cosmopolita… Aliás, na opinião de José Avillez está nas mãos de cada um dos lisboetas fazer mais pela sua cidade. «Há, a custo zero, melhores maneiras de divulgar e promover a cidade em cada um de nós, sem Orçamentos do Estado, sem autarquias”, nos gestos de todos os dias. Aos seus empregados tenta evangelizá-los no sentido de apanherem um papel quando passeiam na cidade. Mas não se fica pelas lições de moral. Põe mãos à obra. «Nos últimos três domingos eu mesmo varri a Praça em frente ao São Carlos porque com a noite de sábado acabam por ficar muitos copos e garrafas. Se vou receber as pessoas (os clientes) em minha casa, quero que esteja limpa. É o mínimo!», garante.

A conversa de ontem poderá ser conhecida na íntegra na edição de Outubro da Revista Marketeer. Recorde-se que o Lisbon Week 2013 foi criado pela XN Brand Dynamics e é realizado em co-produção pela Actu (Associação Cultural Turística e Urbana) e a Câmara Municipal de Lisboa. O evento conta, pelo segundo ano consecutivo, com o apoio oficial da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Texto de Maria João Lima

Foto de Pedro Simões

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