Consumo: Novembro abaixo das expectativas mas Dezembro dá esperança aos comerciantes

No período pré-Natal, os sectores da Moda (-35%), Restauração (-27%), Gasolineiras (-17%) e Perfumarias (-22%) foram aqueles que mais sentiram a redução da procura por parte dos consumidores. Por outro lado, Retalho Alimentar Tradicional (+70%) e Saúde (+36%) registaram aumentos na facturação.

A conclusão é apresentada na mais recente edição do Reduniq Insights, dedicada ao mês de Novembro. No geral, este foi um mês de nova quebra nas transacções e nas vendas dos comerciantes em Portugal, em sequência do novo Estado de Emergência – medidas como o recolher obrigatório ao fim-de-semana estão a prejudicar mais indústrias do que outras.

«Graças às novas restrições, é particularmente interessante observar o desaparecer dos sábados como normais picos semanais de consumo. Neste novo contexto, as sextas-feiras assumiram-se como os novos dias de maior consumo, tendo estas até alguma capacidade de compensar perdas por limitação de acesso aos fins-de-semana», refere Tiago Oom, director da Reduniq.

O número acumulado de transacções apresenta uma quebra de 12,5%, ao passo que a facturação recuou 18,05% relativamente ao período homólogo de 2019. Segundo, o mesmo responsável, o «agravamento dos resultados transaccionais em diversas categorias do sistema retalhista representa um verdadeiro contraciclo com o que seria a natural tendência de consumo observada a pouco mais de um mês do Natal».

Ao contrário da recuperação prevista face às perdas decorrentes da pandemia, Novembro mostrou ser um mês mais calmo do que o esperado.

O relatório indica ainda que o novo agravamento na actividade comercial é transversal a todo o território. Braga, Vila Real e Viseu, por exemplo, são distritos que já tinham recuperado quase tudo e que agora voltam a registar quebras de dois dígitos.

Ainda assim, não são estes os que mais sofrem: Faro (28%), Lisboa (26%), Madeira (21%), Porto (16%) e Açores (16%) são os distritos com maior perda de facturação acumulada até Novembro. A falta de turistas é uma das justificações possíveis.

Esperança em Dezembro

Comparando a semana de 6 a 12 de Dezembro com a semana de implementação do novo Estado de Emergência (9 de Novembro), a Reduniq nota uma aceleração do consumo em Portugal.

As Perfumarias, que tinham sofrido em Novembro, viram a facturação saltar 93% e a Moda também registou um aumento de 55%. Juntam-se os Hiper e Supermercados (23%), a categoria de Electrodomésticos e Tecnologia (19%) e do Retalho Alimentar Tradicional (16%). Este último estará a beneficiar dos limites impostos aos centros comerciais, por exemplo.

Na restauração, os sinais também são positivos: o sábado de 12 de Dezembro é responsável pelo melhor valor registado aos sábados desde a implementação do Estado de Emergência. O crescimento foi de 42% face a 14 de Novembro.

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