Chacina, leões e capitólio entre as palavras mais pesquisadas no dicionário em 2021

A Priberam voltou a unir-se à Lusa para apresentar as palavras mais procuradas no dicionário digital ao longo do ano. Entre acontecimentos políticos a nível nacional e internacional, a pandemia continua, de forma mais ou menos directa, presente na mente da população e a suscitar curiosidade relativamente a alguns termos.

No total, são 24 as palavras que constam nesta lista, escolhidas, em termos de relevância, a partir de cerca de 200 que, devido ao elevado número de pesquisas diárias, ganharam destaque no Dicionário Priberam em 2021.

«É já pelo quinto ano consecutivo que a Lusa partilha com a Priberam a iniciativa ‘O Ano Em Palavras’, na qual os portugueses mostram, no fundo, aquilo que os marcou durante o ano. E se, ainda em ano pandémico, já começam, felizmente, a rarear as palavras com ele relacionadas, abundam aquelas que nos sobressaltaram», refere, em comunicado, a directora de Informação da Lusa, Luísa Meireles.

A iniciativa apresenta duas palavras por cada mês do ano, que ajudam «a compreender o que foram os 12 meses anteriores, definidos pelos eventos que mais marcaram os utilizadores do dicionário», elucida o CEO da Priberam, Carlos Amaral.

  • Janeiro: “aneurisma” (Carlos do Carmo morre, vítima de aneurisma); “capitólio” (invasão do capitólio dos EUA pelos apoiantes de Donald Trump).
  • Fevereiro: (“as)síncrona” (recomeçam as aulas à distância, síncronas e assíncronas, em confinamento); “glaciar” (colapso de glaciar nos Himalaias deixa vários mortos e desaparecidos).
  • Março: “elegível” (ex-presidente Lula da Silva volta a ser elegível); “tanatório” (cerimónia fúnebre de Alfredo Quintana realiza-se no tanatório de Matosinhos).
  • Abril: “consorte” (morre Filipe, o príncipe consorte da Rainha Isabel II); “mercadejar” (despacho de Ivo Rosa refere indícios de que José Sócrates terá mercadejado como o seu cargo).
  • Maio: “chacina” (operação policial numa favela do Rio de janeiro é considerada como uma chacina); “leões” (Sporting ganha campeonato português de futebol após 19 anos).
  • Junho: “emaciado” (TV pública da Coreia do Norte transmite comentário sobre aspecto emaciado de Kim Jong-un); “genocida” (manifestação contra Jair Bolsonaro com gritos de “Fora, Genocida”).
  • Julho: “comorbilidade” (DGS aprova vacinação de crianças entre os 11 e os 15 anos com comorbilidades); “olimpíada” (têm início os Jogos Tóquio 2020, a XXXII Olimpíada da era moderna).
  • Agosto: “obscurantismo” (o coordenador do plano de vacinação reage a insultos de manifestantes anti-vacinas dizendo que o obscurantismo no século XXI continua; “talibã” (os talibã retomam o controlo de Cabul).
  • Setembro: “câmara-ardente” (corpo de Jorge Sampaio é velado em câmara-ardente); “erupção” (vulcão nas Canárias entra em erupção).
  • Outubro: “chumbo” (chumbo na AR da proposta de orçamento de estado para 2022); “meta” (a empresa Facebook passa a chamar-se Meta).
  • Novembro: “descarbonização” (aumento dos custos da energia podem adiar os investimentos em descarbonização); “miríade” (Operação Miríade investiga suspeita de tráfico de droga, ouro e diamantes por militares portugueses).
  • Dezembro: “ómicron” (nova variante ómicron do coronavírus); “extradição” (Portugal pede à África do Sul a extradição do ex-banqueiro João Rendeiro).

Outras pesquisas que se destacaram em 2021, de acordo com o Dicionário Priberam, foram a “marquise” de Cristiano Ronaldo, o fim da “geringonça” em Portugal, “calceteiro”, “demagogia” e “persecutória” (debates das eleições presidenciais), “contumaz”, “indulto” e “sibilino” (caso João Rendeiro), “offshore” (Pandora papers), “pansexual” (assunção feita pela cantora Demi Lovato), “prequela” (aldeia histórica de Monsanto escolhida para filmagens da prequela da “Guerra dos Tronos”) ou “resiliência” (Plano de Recuperação e Resiliência português).

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