Das marcas que nos marcam
M.ª João Vieira Pinto
Directora de Redacção Marketeer
Há marcas que nos marcam, num momento ou para sempre. Nisso, todos concordamos! Depois, há as marcas que as mesmas nos deixam. As que consumimos, que compramos, que não trocamos, que queremos ter à mesa, em casa. As que não nos importamos de pagar mais porque o seu valor vai para além do comercial, é emocional, é intangível, é de relação e de emoção.
Ou as pessoas que nos marcam a vida. As marcas em jeito de família e amigos, aquelas que levamos da vida pela vida. E as que se tornam gente em forma de marca pública, as pessoais, nas artes, nas ciências, na política. Em muitas delas, há a voz. A voz que marca. A voz da música, a voz da rádio, a voz do teatro, a voz da campanha que passa na TV e nos faz parar e olhar. A voz, essa força maior que distingue, mas que agrega.
E os sons, os sons dos lugares, os sons da infância. Do rio, da lareira, da onda do mar, dos risos, do campo, da cidade. Os sons que mentalmente, em ritmo de memória, nos colocam num espaço de olhos fechados.
Nesta edição da Marketeer damos particular destaque a uma marca que é tudo isso, ao partilharmos o trabalho que consubstancia a nova imagem de Braga. É de marca cidade que aqui se fala, mas é, também, de marcas nela, entre os doces e o clero, a sapiência universitária ou o artesanato. Os sons dos sinos que repicam a cada 15 minutos. As cores e formas das portas que abrem as casas e a cidade a quem lá chega.
Porque uma marca só é uma boa marca se trouxer alma consigo, se acarretar todo um universo de histórias que nos fazem querer contar-lhe a história. Tudo o resto, bem tudo o resto será areia que se esvairá entre os dedos, em algum tempo. E esse tempo talvez não lhe valha a pena!
Editorial publicado na revista Marketeer n.º 343 de Fevereiro de 2025