A lição de Tom Hanks para as marcas em tempo de COVID-19
As marcas têm muito a aprender com a forma como o actor Tom Hanks e a mulher Rita Wilson anunciaram ao mundo que estão infectados com o novo coronavírus. Quem o diz é Jeetendr Sehdev, especialista em branding de celebridades e professor de Marketing na University of Southern California.
Em entrevista ao The Drum, Jeetendr Sehdev explica que o tom positivo adoptado peleas duas figuras públicas – reconhecidas internacionalmente – durante o anúncio deverá servir de inspiração à comunicação das marcas no contexto actual. A melhor coisa que uma insígnia pode fazer neste momento, garante o também autor do livro “The Kim Kardashian Principle”, é ser honesta.
«É muito importante que as marcas encontrem uma forma de reduzir a ansiedade dos consumidores. Aquelas que fizerem isto construirão uma afinidade que durará anos», indica Jeetendr Sehdev. Foi exactamente isso que Tom Hanks e Rita Wilson fizeram: contaram ao Mundo que o teste tinha dado positivo mas não mostraram qualquer tipo de alarmismo. Ao mesmo tempo, alertaram as pessoas para o problema e pediram-lhes para que respeitassem as recomendações do isolamento. Ou seja, não foram dramáticos mas também não menosprezaram a questão.
«As marcas podem aprender muito com isso. Se conseguirem lançar uma campanha que é transparente e que faça as pessoas verem o coronavírus menos como um tabu, então conseguirão ficar na memória. Precisam de ajudar os seus consumidores a ultrapassar isto», sublinha ainda o especialista.
Outro bom exemplo citado por Jeetendr Sehdev chega já do mundo dos negócios. Segundo o professor de Marketing, a resposta da LVMH ao surto foi positiva: cedeu as suas fábricas de perfumes e cosméticos para produzir gel desinfectante. Comprometeu-se também a distribuir o gel gratuitamente pelas autoridades francesas de saúde.
Jeetendr Sehdev descreve a acção como um golpe de génio. «Em tempos de conflito, as marcas têm de inovar e tentar algo novo. Uma empresa, mais conhecida por bebidas de luxo, fazer gel para as mãos gratuito é um bom exemplo de ir para lá da zona de conforto, mas com um verdadeiro propósito», afirma o especialista.