Youtube está a tratar criadores de conteúdo como produtores de televisão (e a estratégia já está a dar frutos)

O YouTube está a conquistar espaço na televisão e a transformar os seus criadores de conteúdo em verdadeiras estrelas do prime-time. Destacando-se na 11.ª posição da lista das 50 empresas mais inovadoras do mundo de 2025, segundo o site Fast Company, a plataforma está a transformar-se numa nova forma de ver televisão.

De acordo com Neal Mohan, CEO da plataforma, os utilizadores veem agora a mais de mil milhões de horas de conteúdo do YouTube em televisões físicas por dia, ultrapassando o tempo despendido em dispositivos móveis. “Quando as pessoas ligam a televisão, estão a ligar o YouTube”, afirma Mohan, acrescentanto que “a televisão é na realidade o YouTube”.

A tendência não é totalmente nova. Desde 2017, a Nielsen – empresa global de mensuração de audiências e análise de dados – monitoriza a audiência do YouTube na TV, mas só em 2023 a plataforma alcançou um marco importante com a aquisição dos direitos de transmissão do NFL Sunday Ticket por 2 mil milhões de dólares anuais. “Foi um sucesso instantâneo que levou anos a construir”, refere Mohan.

Agora, os criadores também estão a beneficiar desta evolução. O YouTube permite que organizem os seus vídeos em “temporadas” e “episódios”, tornando a experiência de visualização mais semelhante à de uma série tradicional. Além disso, as novas ferramentas de IA possibilitam a tradução e dobragem automática para várias línguas, e a inclusão de QR codes nos vídeos garante interatividade mesmo quando os utilizadores estão longe do teclado.

A estratégia está a dar frutos. Os criadores estão a otimizar os seus conteúdos para ecrãs de TV, o que levou a um aumento de 35% no carregamento de vídeos em 4K. O número de criadores que geram a maior parte da sua receita através da TV subiu 30% de 2023 para 2024, e 40 dos 100 maiores canais do YouTube são agora maioritariamente assistidos em televisores.

Mesmo os criadores de menor dimensão estão a beneficiar. A funcionalidade “hype”, já disponível no Brasil, Taiwan e Turquia, permite aos utilizadores impulsionar vídeos de criadores com menos de 500 mil subscritores, ajudando talentos emergentes a ganhar visibilidade.

Para Mohan, “os criadores são o novo Hollywood”, e agora têm as ferramentas para brilhar em qualquer ecrã.

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