Volume de negócios das agências de comunicação em Portugal terá crescido mais de 7% em 2023
O volume de negócios do mercado das agências de comunicação em Portugal terá crescido 7,7% em 2023, face a 2022, para 132,3 milhões de euros, de acordo com o estudo “O Valor da Comunicação” hoje divulgado.
O estudo foi elaborado pela Informa D&B para a Associação Portuguesa das Agências de Comunicação (APECOM), que engloba dados de 126 empresas cuja atividade está diretamente relacionada com a comunicação, relações-públicas e ‘public affairs’ em Portugal.
Destas empresas, “20 ainda não apresentaram os seus resultados de 2023 tendo, por esse motivo, sido consideradas nos dados globais as últimas contas divulgadas (2022)”, salienta o estudo.
“Porém, para efeitos de comparação dos mesmos a nível de variações, foi usada a mesma realidade da amostra, ou seja, 106 empresas”, pelo que, “no que respeita a volume de negócios, considerando a amostra comparável, o setor registou um crescimento ligeiramente superior, na ordem dos 8,6%”.
Segundo o estudo, as exportações terão registado um aumento de “3,2% para 19,2 milhões de euros (15% do volume de negócios total), num total de 71 empresas exportadoras”.
Tendo em conta a “amostra das empresas que apresentaram resultados nos dois exercícios, o crescimento registado em 2023 situa-se um pouco mais acima, na ordem dos 5%”.
Em termos de lucros, “as 126 empresas deverão ter registado um total de 10 milhões, um crescimento de 5,3% quando comparado com 2022”.
Analisando “apenas das empresas que apresentaram resultados nos dois anos, o crescimento dos lucros situou-se também acima, na ordem dos 8,8%”, refere o estudo.
O setor tem vindo a registar um aumento de 2% do emprego, “com as 126 empresas a empregarem 1.276 profissionais em 2023, com um gasto de em remunerações de 28,8 milhões de euros”.
No período em análise, “as empresas terão contabilizado um total de 2,8 milhões de IRC”.
Entre outros dados, o estudo refere que “quase 40% das empresas esteve em expansão durante os últimos quatro anos” e que quase um quinto (18%) das 126 são empresas familiares.
Neste setor, pouco mais de dois terços (70%) dos profissionais é do género feminino, sendo que 40% dos cargos de liderança e gestão são detidos por mulheres.
Mais de metade (56%) das empresas “tem um nível de resiliência financeira elevado e médio-alto” e a maior parte (85%) “tem um risco de ‘failure’ reduzido e mínimo”.
A maioria das empresas do setor APECOM estão concentradas em Lisboa (94), seguida do Porto (18), Setúbal (4), Coimbra (2), Leiria (2), enquanto Aveiro, Bragança, Évora e Faro têm uma cada.
“O setor de comunicação depende cada vez menos da contratação pública, com apenas com 186 contratos, que representam apenas 8,3% do volume de negócios”, segundo o documento.
“Este estudo demonstra um crescimento em todos os indicadores económico-financeiros e, mesmo considerando uma estimativa conservadora, podemos concluir que o retrato do setor é positivo. A APECOM continuará a desenvolver o trabalho de valorização do setor”, afirma a presidente da associação, Maria Domingas Carvalhosa, citada em comunicado.
“A nossa postura é cada vez mais de transparência e, sendo um setor estratégico e tão importante para a gestão das empresas e consequentemente, para a economia e para a sociedade, queremos que a transparência comece ‘em casa'”, acrescenta a responsável.
Maria Domingas Carvalhosa sublinha que existem “algumas questões” que não permitem “desenvolver estudos de uma forma mais automática, nomeadamente, a disparidade de CAE [Código de Atividade Económica] utilizados pelas empresas do setor”.
Contudo, “acredito que, com o tempo, e com a ajuda das entidades públicas e das empresas do setor, vamos conseguir ultrapassar essa questão. Se há setor que tem de dar exemplo no que toca à transparência é o nosso”, remata a presidente da APECOM.