Uma questão de transparência

Por Nuno Serra, director de Marketing da Volkswagen Portugal

É assumido que hoje o consumidor procura nas marcas o seu propósito antes de as escolher, sendo esta uma nova forma de encarar os desafios nunca antes vistos para quem está deste lado, sobretudo no sector automóvel.

Hoje, mais do que nunca, não podemos ter a nossa imagem associada a uma ideia tão simplista como fabricantes de veículos, mas sim mostrar, e comprovar, que oferecemos soluções de mobilidade e dispositivos inteligentes que têm como objectivo melhorar a vida das pessoas. E é a pensar nas pessoas que vemos o surgimento de soluções digitais cada vez mais completas e que ajudam de forma natural nas nossas tarefas do dia-a-dia, é a pensar nas pessoas que passámos a contar com uma nova atitude – mais humana, aberta, convidativa, transparente, responsável e autêntica – e mesmo na forma como apresentamos hoje os veículos é fácil reparar que são recriadas situações reais e com vários elementos que tapam uma parte do veículo.

Estas mudanças, e outras mais que estão a surgir fruto do actual contexto, mostram a preocupação das marcas em estarem ligadas de forma autêntica com as pessoas, de estarem alinhadas com as suas preocupações, focadas no que é realmente mais importante e que respeitem as causas em que acreditam. Hoje, é possível mostrar no campo da sustentabilidade, por exemplo, pois esta é uma das preocupações que tanto pessoas como marcas têm nas suas prioridades, o que conseguimos atingir em tão pouco tempo e não falo apenas no desenvolvimento dos veículos eléctricos. Falo também de infra-estruturas que reciclam baterias usadas, outras que funcionam através de energias limpas, ou porque não criar uma ilha autossustentável como um primeiro passo para alargar este modelo de funcionamento num futuro próximo.

A Fábrica Transparente da Volkswagen é um óptimo exemplo daquilo em que hoje as marcas devem apostar: na sua transparência. Temos de ser transparentes quando comunicamos e, sobretudo, para quem comunicamos, até porque temos hoje um cliente mais exigente, mais informado, com novas necessidades de mobilidade e conectividade e, sobretudo, mais preocupado com a escolha que irá fazer. Portanto, tal como podemos ver praticamente um veículo a ser montado como um puzzle na tal Fábrica Transparente, também temos essa função de criar uma experiência diferenciadora e personalizada com base na transparência dos nossos valores e termos em atenção aquilo que pensa quem está do outro lado. Gerações como os Millennials e os Centennials (ou Geração Z) têm as suas prioridades bem definidas e que se mostram totalmente diferentes das gerações anteriores. É por isso importante ser transparente a escutar e a comunicar com quem já é o presente e será o futuro, indo não só ao encontro das suas expectativas, mas também mostrar-lhes como podemos criar novas experiências, mantendo uma identidade própria, única, inclusiva, sustentável e original.

Agora, é fazer o caminho até ao zero (e não voltar à estaca zero), isto é, way to zero, uma mobilidade livre de emissões, assumindo a nossa quota-parte do que fazemos actualmente, mas com um foco ainda maior no que já fizemos e mudámos até aqui. Este é um novo caminho em que já foram dados vários passos e só faz sentido continuar se seguirmos todos juntos.

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