The Washington Post quebra tradição e não apoia nenhum dos candidatos nos EUA
O jornal “Washington Post” não apoiará nenhum dos candidatos às eleições presidenciais dos Estados Unidos e também se absterá de o fazer em futuras eleições, anunciou, esta sexta-feira, o seu diretor-geral, William Levis.
“Estamos conscientes de que esta decisão dará origem a muitas interpretações, que será vista como um apoio implícito a um dos candidatos, ou a rejeição de outro, ou como uma evasão às nossas responsabilidades de opinião”, escreveu Levis.
Nas eleições de 2008, 2012, 2016 e 2020, o proprietário do jornal e fundador da Amazon, Jeff Bezos, apoiou os candidatos presidenciais democratas.
William Lewis descreveu a decisão hoje anunciada como um regresso aos valores básicos do jornalismo, argumentando que o “Washington Post” se absteve, por exemplo, de pedir votos para qualquer um dos candidatos em 1960, antes da eleição vencida pelo democrata John F . Kennedy.
Lewis lembrou que a decisão de não tomar partido está em consonância com os valores do jornal, cujo famoso lema é “A democracia morre na obscuridade”.
“A nossa função, enquanto jornal diário da capital mais importante do mundo, é ser independente”, argumentou o diretor-geral.
Esta decisão surge depois de o proprietário de outro grande diário norte-americano, o Los Angeles Times, ter bloqueado a decisão do conselho editorial do jornal, que queria apoiar Kamala Harris.
Hoje, o “New York Post”, um jornal tablóide ultraconservador, propriedade do magnata Rupert Murdoch, pediu às pessoas para votarem no candidato republicano, Donald Trump.
No passado dia 30 de setembro, o conselho editorial do “The New York Times” deu o seu apoio à candidata democrata, Kamala Harris, que vai defrontar o ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump, no dia 5 de novembro.