
Setor têxtil reclama contra as falsificações: “Entram com total permissividade nas plataformas online chinesas”
“As falsificações de moda entram com total permissividade nas plataformas online chinesas”. A denúncia foi feita por Dimas Gimeno, empresário espanhol fundador e presidente da KAPITA e sócio fundador da WOW, durante o II Congresso Internacional de Propriedade Industrial e Publicidade no Setor da Moda e Cosméticos. O evento, organizado pela Universidade Rey Juan Carlos em parceria com a associação patronal têxtil Confederación Moda España, reuniu especialistas para debater os desafios da pirataria no setor.
Em causa estão plataformas como a Temu ou a Shein que abrem a porta a uma maior proliferação de vendas de produtos falsificados. No final de 2023, a Comissão Europeia iniciou uma investigação contra a Temu, acusando a plataforma de não coibir a venda de produtos ilegais na internet. Caso não cumpra as diretrizes da Lei de Serviços Digitais da UE, que exige que marketplaces com mais de 45 milhões de usuários tomem medidas para impedir a disseminação de produtos ilegais, a empresa poderá enfrentar multas de até 6% da sua receita anual global.
Marcos Pizarro, membro do conselho de administração da Moda España, alertou que “o setor perde mil milhões de euros a cada ano e 15 mil empregos deixam de ser criados devido às vendas ilegais”, defendendo um maior controlo por parte das administrações.
O Instituto Europeu da Propriedade Industrial (EUIPO) aponta que a venda de produtos ilegais envolve um fator intencional na compra e que a inflação tem impulsionado a falsificação, que já representa 2% do comércio global.
Brinquedos, calçados esportivos e roupas são os produtos mais falsificados, e a proliferação do comércio digital tornou sua fiscalização ainda mais desafiadora.