Técnicos de Eventos indignados com reacção do Governo aos festejos do Sporting

A Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) diz lamentar o tratamento de excepção concedido ao futebol por parte das autoridades portuguesas, nomeadamente na celebração do título de campeão do Sporting CP na passada terça-feira. Em comunicado, a associação lembra que os sectores da cultura e dos eventos estão praticamente impedidos de trabalhar desde Março do ano passado e que o Governo demonstra ter dois pesos e duas medidas.

Se, por um lado, estão a ser realizados “testes-piloto sob rigoroso escrutínio” no campo dos eventos, por outro, “foram permitidas aglomerações a milhares de adeptos e muitos sem estarem devidamente protegidos contra os perigos da pandemia” no âmbito da vitória do Sporting CP.

«É inacreditável a permissividade concedida a alguns, um pouco por todas as regiões do País, quando andamos há mais de um ano sem poder desenvolver a nossa actividade sob o pretexto de que os concertos, peças de teatro, festivais, e outros tantos eventos, são um risco para a saúde pública. Então como classificaria o Governo aquele espectáculo a que tivemos oportunidade de assistir, sobretudo nas principais artérias de Lisboa, através de todas as televisões?», questiona Pedro Magalhães, presidente da APSTE.

Na mesma nota enviada à redacções, Pedro Magalhães sublinha ainda as consequências da interrupção da cultura e dos eventos, nomeadamente o fim de negócios, a eliminação de postos de trabalho e até a fome de profissionais que ficaram sem sustento.

«O sector da cultura e dos eventos tem sido um dos mais afectados por este tipo de decisões e continuamos a atravessar uma espécie de período probatório em que, para podermos trabalhar, somos constantemente alvo de testes-piloto extremamente rigorosos. Já o futebol, sobretudo depois de vermos as imagens dos últimos dias, parece viver numa realidade paralela, em que tudo é permitido, sem prejuízo do que daí possa advir», conclui o presidente da APSTE.

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