Teatro Tivoli BBVA e produtora UAU vestem-se de preto em protesto

Se passar pelo Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, e estranhar ver as portas com faixas negras, saiba que se trata de uma acção de protesto. Uma das mais conhecidas salas de espectáculos da capital portuguesa e a produtora UAU decidiram vestir-se de luto como prova da indignação sentida na sequência da nova norma importa pelo Governo: será necessário apresentar um teste negativo à Covid-19 à entrada dos eventos culturais com mais de 500 pessoas em espaços fechados ou mil em locais ao ar livre. E cabe aos espectadores pagarem o teste.

«Não é aceitável pedir ao público, que adquire um bilhete para um espetáculo por 10, 15 ou 20 euros, que tenha de apresentar um teste prévio com mais um custo associado. Nem se pode pedir aos promotores ou às salas que assumam esse encargo. A cultura é segura, já o demonstrou amplamente, e sente esta medida como um “castigo” que não merece nem pode tolerar», afirma Paulo Dias, director-geral da UAU.

De acordo com os registos oficiais, desde o início da pandemia, não existem sinais de surtos iniciados em eventos culturais, situação que leva o sector a questionar a decisão do Governo – também a Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) anunciou uma nova acção de protesto para o próximo dia 30.

«A DGS emitiu ontem uma decisão arbitrária, danosa, que sacrifica injustificadamente um sector que neste momento já está no limite das capacidades. É tirar o último fôlego de ar a quem vive há quase ano e meio de corda ao pescoço. Por tudo isto, o Teatro Tivoli BBVA colocou faixas negras nas suas portas como sinal de indignação pela situação criada pelo governo que durante esta pandemia nunca respeitou os profissionais deste sector», acrescenta Paulo Dias.

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