Supermercados unem-se para alimentar Portugal: “Não há sinais de ruptura”

Dez supermercados com presença em Portugal uniram-se num comunicado conjunto para garantir que não há falhas no abastecimento: “A todos os portugueses, gostaríamos de passar uma mensagem de tranquilidade, reiterando que não há neste momento sinais de ruptura no fornecimento de produtos às nossas lojas.”

Alertam, porém, que é preciso que todos sejam solidários e responsáveis. Apelam a um consumo moderado, que passe apenas pelo que é essencial para cada lar. Só com a ajuda de todos, garantem, será possível continuar a alimentar Portugal.

“É importante que os portugueses comprem apenas o que necessitam, permitindo que o fluxo de abastecimento ocorra sem sobressaltos. Cada um terá de fazer o seu papel para o bem comum”, sublinham as cadeias. Aldi, Apolónia, Continente, Intermarché, Minipreço, Lidl, El Corte Inglés, Auchan, Mercadona e Pingo Doce são as marcas que se juntam neste pedido colectivo, somando-se ainda a APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição.

Indicam estar a trabalhar com a produção nacional, indústria e Governo para que a operação decorra com a agilidade necessária. Portugal tem a estrutura necessária para que isso aconteça e para que a disponibilização de alimentos ou outros produtos essenciais não seja um problema, independentemente da sua localização. É necessária, no entanto, a colaboração e comportamentos sensatos de todos.

No mesmo comunicado, os supermercados agradecem ainda o trabalho dos mais de 95 mil colaboradores do sector alimentar que têm permitido, com todos os cuidados de segurança, assegurar o abastecimento e atendimento em mais de 3500 lojas de Norte a Sul.

Recorde-se que, embora as diferentes cadeias de supermercados se mostrem alinhadas na sua missão para os próximos tempos, é possível encontrar várias prateleiras vazias na visita a algumas lojas. Produtos frescos e papel higiénico estão entre as principais faltas. Ainda que os artigos sejam repostos, rapidamente os consumidores voltam a esvaziar as prateleiras.

Os supermercados têm também implementado medidas de segurança para garantir que existe espaço de circulação nas suas lojas. Limitar o número de pessoas dentro de cada loja, formando filas de espera na rua é uma das novas regras adoptadas.

A Mercadona, por exemplo, está entre as cadeias que avançaram com medidas excepcionais. Desde segunda-feira que todas as lojas em Portugal e Espanha (1.636 supermercados) contam com indicações de distância (deve ser mantido um metro entre cada cliente) e novo horário de funcionamento (das 9h às 19h).

O Pingo Doce também apresenta um horário mais reduzido e obriga os seus colaboradores a higienizarem as mãos a cada 30 minutos. Além disso, cada loja tem a sua equipa dividida em grupos, possibilitando a rotação das equipas a cada 15 minutos.

O Continente, por outro lado, mantém o horário habitual de funcionamento. No entanto, está a regular a entrada e saída de clientes: não deverá haver mais do que quatro pessoas por cada 100 metros quadrados.

O Lidl alerta os consumidores que irá dar prioridade aos bens essenciais e que esta medida temporária em nada se relaciona com falta de stocks, “mas sim com gestão optimizada da oferta face à actual procura”. Por isso mesmo, alguns dos artigos publicitados nos folhetos poderão não estar disponíveis em loja. Quanto ao horário, as lojas passaram a fechar às 19h.

A Auchan, além de limitar o número de pessoas nas lojas, também alterou os horários (as mudanças variam consoante a loja). Foram implementadas, ainda, medidas de sinalização de espera para acautelar distâncias de segurança (junto às caixas, por exemplo) e limitadas as quantidades de alguns produtos: cada cliente pode comprar apenas duas unidades de álcool gel e etílico ou máscaras de protecção; e três unidades de medicamentos, suplementos e fórmulas infantis.

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