Streaming pode ser a solução para as estreias de cinema adiadas?

E se em vez de estrear no cinema, o novo filme da saga James Bond chegasse aos espectadores através de uma plataforma de streaming? A possibilidade tem sido apontada como forma de contornar os adiamentos provocados pelo novo coronavírus, mas os especialistas não acreditam que seja uma boa solução.

Da lista de estreias adiadas fazem parte também “Mulan”, “A Quiet Place” e a mais recente sequela de “Velocidade Furiosa”, entre outros. Especialistas citados pela CNN explicam que títulos como estes são intemporais e que não sofrerão com a espera. Não existe motivo para apressar o seu lançamento online.

«Um filme como ‘Mulan’ tem um grande orçamento e já tem sido promovido como um filme de cinema. Não é assim tão fácil simplesmente pô-lo no Disney+», refere Shawn Robbins, chief analyst no Boxoffice.com. «Um grande lançamento como este custa à Disney centenas de milhões de dólares e o ciclo de vida financeiro de uma produção desta dimensão tem de ter algum tipo de lançamento em salas de cinema para que haja retorno», acrescenta.

A Disney está, no entanto, a recorrer à sua ainda recente plataforma de streaming para tentar oferecer algum conforto aos subscritores. Disponibilizou o filme “Frozen 2” no Disney+ antes do que estava previsto para que as famílias em casa possam assistir a uma das películas de maior sucesso do estúdio de animação.

A estreia no Disney+ sucede, porém, a um lançamento nos cinemas que valeu à Disney 1,4 mil milhões de dólares (cerca de 1,25 mil milhões de euros) a nível mundial. Inverter a ordem dificilmente resultará numa receita tão avultada.

«Atrasar um filme impacta potencialmente outros cinco. É um efeito dominó», afirma ainda Shawn Robbins. «As bilheteiras nunca tiveram de lidar com algo que se alastrou tanto como o coronavírus. Não existe uma cronologia relativamente a quando as coisas regressarão ao normal e ainda existem muitas questões a responder», acrescenta.

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