Só 9% das empresas consulta os clientes antes de definir o seu propósito

O estudo “Propósito Partilhado: Um caminho para ultrapassar a crise” da LLYC revela que 81% das empresas tem um propósito definido, embora a grande maioria não tenha envolvido os seus colaboradores ou os clientes na elaboração do mesmo. Na maioria das organizações, o propósito foi definido pela alta direcção (71%) ou pelo próprio CEO (54%), deixando de fora alguns dos elementos mais importantes da equação.

De acordo com a mesma análise – realizada em Portugal, Espanha e América Latina –, somente 27% das empresas inquiridas envolveu seus colaboradores e apenas 9% consultou os clientes neste processo. Isto apesar de 88% indicar ser importante ouvir os seus stakeholders.

Verifica-se ainda que só 18,8% das empresas ainda não tem um propósito claro e público e que metade não tem indicadores ou objectivos estabelecidos para medir o desempenho nesta área. Por outro lado, 95% garante que o propósito está estreitamente ligado à estratégia de negócio.

«A crise sanitária aumentou a atenção das empresas em relação ao seu contributo para os grandes desafios sociais. Muitas organizações aproveitaram este momento para reformular e activar o seu propósito – que serviu de apoio à sua estratégia de negócio. O maior desafio, contudo, foi conseguir efectivar e viver este propósito, uma vez que na maioria dos casos não é partilhado com os diferentes stakeholders da empresa», comenta Tiago Vidal, sócio e director-geral da LLYC em Portugal.

Tiago Vidal acrescenta ainda que o estudo veio mostrar que «não basta às organizações terem um propósito». É também essencial saber dialogar e integrar as várias perspectivas neste exercício, sem esquecer a estratégia de negócio e a comunicação da empresa.

É importante também «ter indicadores que permitam medir o seu progresso em todas as áreas porque o propósito pode ser algo tangível e com bastante impacto na performance da empresa e na sua legitimação social».

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