
Segredo para o sucesso das marcas? A resposta pode estar naquele ‘ex’ que não lhe sai da cabeça
Todos nós temos, em algum momento das nossas vidas, um ex-namorado(a) que, por algum motivo que nos é alheio, não nos sai da cabeça. Seja por que razão for, aquela pessoa vive na nossa mente “sem pagar renda”. Mas o que tem isso que ver com as marcas? Lauren Vilips, especialista em aquisição de criadores de conteúdo, revela que o segredo para o sucesso do branding poderá ser o mesmo que torna o seu “ex inesquecível”.
Num artigo de opinião publicado na AdAge, com a premissa de dar a conhecer as “vozes da geração Z”, Vilips explica que “talvez tenha sido a imprevisibilidade, a maneira como nos faziam sentir ou como sabiam quando ressurgir” que tornam estes ‘ex’ presença assídua nas nossas cabeças e “é exatamente assim que as marcas devem fazer os consumidores se sentirem”.
Assim sendo, para as marcas captarem a atenção dos consumidores, devem resgatar os segredos que tornam uma antiga paixão “inesquecível”.
“As marcas hoje têm o poder de construir relacionamentos parassociais através das redes sociais. No cerne do marketing e dos relacionamentos está uma verdade simples: as marcas que vencem não vendem apenas produtos, criam obsessão”, indicou a especialista.
Os segredos? Lição número 1: Criar apego emocional. As pessoas, tal como acontece nos relacionamentos amorosos, apegam-se às marcas que evocam emoções fortes. Exemplos disso, citados por Lauren Vilips são a Glossier que cria apego emocional através do apelo estético e de um sentimento de pertença ou identificação com uma certa persona (neste caso, a estética da “clean girl”), ou seja, as pessoas não compram apenas um produto, mas sim uma identidade, um estilo de vida. Outro exemplo é a Stanley Tumblers que cria desejo e exclusividade.
Outra lição é o “continuar a voltar (mesmo quando acha que te superaram)”. Segundo a especialista, nos dias de hoje, os “consumidores estão constantemente a ser puxados em direções diferentes, bombardeados com conteúdo, tendências e novas distrações”, assim, “se a sua marca não estiver a aparecer consistentemente nas suas vidas, é fácil desaparecer”. Ou seja, as marcas têm de continuar a aparecer, principalmente se esse ressurgimento for “intencional e permaneça no topo da mente” do consumidor. “O objetivo é garantir que o seu público não passe muito tempo sem ver a sua marca”, sublinha.
Outro truque é fazer as pessoas pensar na marca (exatamente como num ex), manter o mistério, o suspense, para que não lhes saiam da cabeça. Um exemplo dessa estratégia é a Taylor Swift que mantém os fãs envolvidos com pistas ocultas e teorias, criando uma relação mais próxima com o seu público e, consequentemente, não lhes saindo da mente.
Continuando, mais uma lição: evoluir, mas manter-se reconhecível. Lauren Vilips sublinha a importância de inovar sem perder a essência, uma vez que esta é essencial para a longevidade de uma marca.
“Um ex pode mudar a abordagem, mas a essência permanece a mesma. As melhores marcas fazem o mesmo”, reflete a especialista.
Um exemplo disso é o McDonald’s que adapta sua estratégia sem perder sua identidade. “A chave é equilibrar inovação com consistência. Incline-se para as tendências quando fizer sentido, mas não as persiga ao ponto de perder o que o tornou bem-sucedido em primeiro lugar. Há beleza em saber que algumas coisas nunca mudam”, remata.
Por fim, “mantenha-os fisgados”. De acordo com Lauren Vilips, a geração Z envolve-se com marcas que provocam emoções fortes.
“A Geração Z é um dos grupos demográficos mais difíceis de impressionar, mas as marcas que os conquistam são aquelas que sabem como fazê-los sentir algo. Amor, nostalgia, FOMO [Fear Of Missing Out], confusão — seja qual for a emoção, tem que ser poderosa o suficiente para transformar consumidores casuais em fãs para a vida toda”, aponta.
Assim, a estratégia é manter-se marcante, envolvente e difícil de esquecer – tal como um ex que não lhe sai da cabeça.