Os jeans são uma das peças mais icónicas do vestuário mundial, atravessando gerações e estilos sem perder relevância. Mesmo com as constantes mudanças nas tendências da moda, continuam a ser presença garantida nos guarda-roupas de homens, mulheres e crianças. O segredo deste sucesso reside na sua versatilidade, resistência e praticidade.
Mas qual é a verdadeira origem do jeans? Poucos conhecem a história por trás desta peça tão popular: quando e onde surgiu, bem como o papel da Levi’s na sua ascensão global.
A origem do jeans
Os modelos atuais de calças de ganga, sejam clássicos ou versões mais modernas como o denim destroyed, têm uma história muito mais antiga do que se imagina. Segundo os historiadores, o tecido surgiu em 1792, na cidade francesa de Nîmes. Inicialmente, era utilizado para confeccionar roupas para trabalhadores agrícolas e marinheiros que enfrentavam viagens longas. A resistência e a durabilidade do material tornavam-no ideal para tarefas exigentes.
Curiosamente, o tecido, que na época tinha pouca maleabilidade e uma coloração acastanhada, era chamado de “Tecido de Nîmes”. Com o tempo, o termo foi encurtado para “denim”, designação que conhecemos hoje.
A história do denim deu um salto significativo por volta de 1837, durante a Corrida do Ouro nos Estados Unidos. Foi nesta época que Levi Strauss, um empresário alemão, percebeu o potencial do tecido. Em 1853, Strauss fundou a Levi’s, que inicialmente vendia produtos para lojas de retalho. Vinte anos depois, em 1873, uniu-se ao alfaiate Jacob Davis para criar calças de trabalho reforçadas com rebites metálicos. Estas peças garantiam máxima resistência, tornando-se um sucesso entre os trabalhadores.
O logótipo da Levi’s reflete esta durabilidade, destacando a robustez das suas peças. Os primeiros modelos de jeans da marca foram batizados como “XX”, sendo inicialmente direcionados apenas ao público masculino. Porém, entre 1912 e 1918, a empresa ampliou a sua linha e passou a fabricar roupas também para crianças e mulheres.
Os Koveralls eram macacões em denim desenhados para os mais pequenos, enquanto as Freedom-alls foram concebidas para permitir maior liberdade de movimento às mulheres.
A relação entre o jeans e a sustentabilidade
É surpreendente pensar que uma peça tão associada ao estilo casual e urbano tenha surgido como roupa de trabalho. No entanto, apesar da resistência e da durabilidade do denim, a sua produção continua a exigir um elevado consumo de água.
De acordo com o relatório Fios da Moda, a produção de um único par de jeans pode consumir até 5,2 mil litros de água, contabilizando desde o cultivo da fibra de algodão até o seu descarte pós-consumo. Por isso, muitas marcas, incluindo a Levi’s, têm procurado formas de reduzir o impacto ambiental do processo de fabricação.
Uma alternativa sustentável é optar por peças em segunda mão, adquiridas em lojas especializadas. Comprar jeans usados permite dar uma nova vida a roupas que poderiam ser descartadas, reduzindo a necessidade de novos artigos e, consequentemente, o consumo de recursos naturais.
Desta forma, além de ficar a conhecer a história da ganga torna-se possível contribuir para um consumo mais consciente, valorizando a moda sem comprometer o planeta. Afinal, as calças de ganga continuarão a evoluir, adaptando-se às necessidades e aos valores de cada geração.