RTP assinou 177 rescisões amigáveis
O presidente do conselho de administração da RTP, Alberto da Ponte, revelou que a emissora pública negociou rescisões amigáveis com 177 colaboradores, de um total de 240 candidatos à saída da empresa. O responsável defendeu ainda que a empresa precisa, no mínimo, de 200 milhões de euros por ano a partir de 2014.
Em entrevista conjunta à Antena 1 e ao Diário Económico, citada pela agência Lusa, Alberto da Ponte reconhece que o processo de negociação com os trabalhadores ainda não terminou devido a «toda esta indefinição sobre o financiamento da empresa» para 2014. Mas garantiu que este ano não estão em causa os salários ou os subsídios dos trabalhadores, porque «a execução orçamental tem sido feita com extremo rigor». «Estamos a poupar cinco ou seis milhões de euros», reiterou.
O presidente do conselho de administração da RTP comentou ainda a actual situação da empresa, alvo de um Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento (PDR) elaborado pelo Governo. De acordo com Alberto da Ponte, «a RTP tem de ter, forçosamente, para viver, umas receitas, no mínimo, da ordem dos 200 milhões de euros». O que significa, segundo o responsável, que terão que ser acrescentados cerca de 20 milhões de euros aos cerca de 180 milhões de receitas provenientes da contribuição audiovisual e da publicidade.
A partir de 2014, a RTP vai deixar de receber uma indemnização compensatória, pelo que, segundo Alberto da Ponte, os 20 milhões de euros a mais são necessários para assegurar «algumas obrigações fundamentais do serviço público que não estão no contrato de concessão actual, não estão cobertas pela contribuição para o audiovisual». «Estamos a tentar encontrar em conjunto com a tutela as soluções que permitam apetrechar a RTP com o financiamento necessário ao redimensionamento, e permitir executar com dignidade serviços tão importantes como o internacional», revelou, acrescentando que deverá ser encontrada com a tutela uma solução até ao dia 20 de Setembro.