Obesidade infantil: Factores de risco

A obesidade é uma doença que se reflecte pelo excesso de gordura no corpo em quantidades que prejudicam a saúde. Esta é considerada uma doença crónica, uma vez que não existe cura e, como tal, é uma situação que deve ser controlada durante toda a vida. Quando tal acontece entre o nascimento e o início da adolescência é designado por obesidade infantil.

A maior parte das crianças sofre da chamada obesidade nutricional porque o motivo do excesso de peso deve-se ao facto de comerem mais do que aquilo de que necessitam. O processo é o seguinte: as crianças precisam diariamente de energia para o seu desenvolvimento e crescimento e obtêm essa energia através da alimentação, sob a forma de calorias. Se a criança consumir mais calorias do que aquelas de que necessita e que gasta, as mesmas serão acumuladas no corpo como gordura e a criança passa a registar excesso de peso. Ao longo do tempo, se a gordura se for acumulando mais, o excesso de peso passa para o grau de obesidade.

Maior predisposição

Desta forma, constata-se de que a obesidade ocorre ao longo do tempo e que é, sobretudo, um acumular de consumos excessivos de calorias que, ainda que sejam pequenos, repetem-se durante um período prolongado de tempo (meses ou anos). Existem crianças que apresentam mais predisposição para registar excesso de peso devido a determinados factores de risco. Por exemplo, filhos de mães com excesso de peso ou que durante a gravidez aumentaram um número de quilos para além do recomendado, as crianças que aumentam rapidamente de peso no primeiro ano de vida, as que não são fisicamente activas por não cumprirem uma actividade desportiva, de forma regular, e as crianças que nas diferentes fases de crescimento, mas sobretudo entre os cinco e sete anos aumentam substancialmente o índice de massa corporal. Para este universo de crianças é essencial a prática frequente de actividade física e uma alimentação nutritiva e equilibrada.

De pequenino…

A prevenção da obesidade infantil assenta, sobretudo, na promoção de um estilo de vida saudável. Pais, cuidadores, educadores e profissionais de saúde têm um papel crucial nesta tarefa que envolve uma mudança de comportamentos que, além de não ser fácil para a criança, não será também do seu agrado – trocar um refrigerante por água pode implicar muita persuasão. Mas desde cedo há que praticar e incutir à criança bons hábitos alimentares. As recomendações da Organização Mundial de Saúde referem-se, desde logo, ao aleitamento materno que é encorajado como alimentação exclusiva até aos seis meses do bebé; a mesma entidade desaconselha igualmente o início precoce da diversificação alimentar (introdução de alimentos sólidos).

Para as restantes faixas etárias, recomenda- se uma rotina alimentar equilibrada, dividida em cinco refeições diárias com intervalos regulares, sem nunca “saltar” o pequeno-almoço por este ser crucial. Deve-se igualmente evitar os petiscos entre refeições ou utilizar a comida como forma de recompensa. O regime alimentar praticado deve ser rico no consumo de legumes e fruta e a água deve ser a bebida principal. Com uma prática constante e regular de uma alimentação equilibrada e nutritiva, obviamente que há espaço para em determinadas ocasiões festivas ser permitida a ingestão de refrigerantes e alimentos açucarados.

No entanto, é preciso ter sempre em atenção que a obesidade infantil é uma doença que afecta cada vez mais crianças em Portugal e que pode ser prevenida com medidas simples, como praticar um estilo de vida saudável. Comer bem e praticar actividade física regular não é difícil, se estes forem hábitos incutidos desde cedo.

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