Quem é o bilionário alemão que quer comprar o Wall Street Journal?

O bilionário alemão Mathias Döpfner, CEO e co-proprietário do grupo de comunicação Axel Springer, revelou publicamente o seu interesse na compra do Wall Street Journal (WSJ). Em entrevista ao Financial Times, Döpfner admitiu que a aquisição seria uma possibilidade, embora tenha ressaltado que o jornal detido por Rupert Murdoch não está oficialmente à venda.

O empresário está prestes a concluir a separação da Axel Springer do fundo de private equity KKR, num negócio avaliado em 13,5 mil milhões de euros. Com esta movimentação, Döpfner e a viúva do fundador da Axel Springer passarão a deter 98% dos ativos de media do grupo. Segundo Döpfner, esta reestruturação trará “nova liberdade e novas oportunidades”, mas também riscos mais elevados.

O executivo tem vindo a cortar nos custos dos seus jornais alemães, como o Bild e Die Welt, mas ao mesmo tempo aposta fortemente na expansão no mercado dos Estados Unidos. Em 2015, adquiriu o Business Insider por 343 milhões de dólares e, em 2021, comprou o Politico por mil milhões de dólares. A compra do WSJ representaria um grande salto para consolidá-lo entre os principais proprietários de media nos EUA, mas poderá não ter meios suficientes para o conseguir.

Döpfner já tentou adquirir o Financial Times em 2015, sem sucesso. Agora, especula-se que Murdoch, que vive uma disputa familiar, possa considerar vender o WSJ para evitar que o controlo do jornal passe para três de seus filhos. No entanto, mesmo que o jornal estivesse disponível, Murdoch pagou 5,6 mil milhões de dólares pelo WSJ em 2007.

Alguns analistas do setor estimam que o grupo Axel Springer, cujo segmento de media foi avaliado em 3,5 mil milhões de dólares na separação da KKR, teria dificuldades para financiar uma aquisição dessa dimensão.