Projecto que quer salvar a Fábrica Confiança propõe discussão pública
Em Outubro do ano passado, a Fábrica Confiança, em Braga, foi considerada Monumento de Interesse Público. No entanto, embora tenha sido salva de uma possível venda ou, até, destruição, ainda não são claros os novos planos para este edifício.
Segundo a Plataforma Salvar a Confiança, grupo da sociedade civil que tem defendido a preservação da Fábrica Confiança, os projectos devem ser colocados em discussão pública. Em comunicado enviado às redacções, o projecto diz estar preocupado com a possibilidade de reconversão do edifício numa residência universitária, fruto de uma parceria entre a Câmara Municipal de Braga (CMB) e a Universidade do Minho (UM).
“Tanto a CMB como a UM não apresentaram, até ao momento, qualquer iniciativa para promover a preservação museológica da Fábrica Confiança ou a divulgação da memória industrial da cidade, dando a entender, pelo contrário, que o edifício centenário poderá ficar reduzido às fachadas”, indica a Plataforma Salvar a Confiança.
O mesmo grupo da sociedade civil sublinha que a autarquia não ouviu a população, sendo que a consulta pública seria “expectável” num investimento que pode chegar aos 20 milhões de euros e que é candidato a fundos europeus.
“A instalação de uma residência universitária na Fábrica Confiança é apresentada como um facto consumado, sem que tenham sido analisadas outras alternativas nas freguesias de São Victor ou de Gualtar para alojamento a preços controlados para estudantes”, refere no mesmo comunicado.
Estará prevista também a criação de um centro cultural na antiga escola Francisco Sanches, cenário que leva a Plataforma Salvar a Confiança a mencionar “funções notoriamente trocadas”. O projecto sugere que, dada a dimensão da antiga escola, deveria ser este o local da nova residência universitária.
“O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, pretende, de uma só assentada, destruir a memória de dois edifícios históricos, fomentando práticas não-sustentáveis e mais caras de reabilitação. A racionalidade dita que os usos culturais e públicos são mais adequados a uma antiga Fábrica-monumento, enquanto a habitação para estudantes é mais apropriada a um antigo colégio que esteve dotado de alojamento estudantil”, sublinha.