Pousadas de Portugal: «Queremos continuar como cadeia de luxo, mas com o valor certo»
As Pousadas continuam a ser peça-chave na genética e divulgação do turismo português, mas assumem também uma óptica de lucro. Manuel Bio, director-geral das Pousadas de Portugal sublinha a importância de «ter uma imagem Premium, com preços altos em determinados momentos mas dentro das regras de mercado». Sendo a gestão do pricing e a expansão da rede os pilares fundamentais na conquista de todos os portugueses. Manuel Bio, director-geral das Pousadas de Portugal, explica, ainda, à marketeer a estratégia para reposicionar a marca e disponibilizá-la a todos os portugueses
A actual conjuntura está a beneficiar o turismo interno? De que forma é que as Pousadas estão a ser afectadas?
Estamos num período de crise global e Portugal não é excepção. Aquilo que notamos é que apesar de haver menos pessoas disponíveis para viagens de longa distância, também há menos disponibilidade para fazer férias em períodos longos, o que acaba por afectar a indústria hoteleira no mercado nacional. O perfil da hotelaria tradicional está associada a épocas de férias prolongadas como no caso dos hotéis, já as Pousadas são procuradas essencialmente aos fins-de-semana, short breaks, feriados, o que não nos faz sentir tanto essa crise. As pousadas estão com uma melhor conjuntura versus hotelaria em Portugal, inclusive a do Grupo, mas não sabemos se essa melhoria resulta de estratégias que fomos implementando no último ano ou se é a conjuntura interna que acaba por beneficiar. Não é uma leitura directa.
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O segmento corporate ainda é relevante?
Neste segmento existe o “corporate individual”, são pessoas de empresas que por se deslocarem a uma zona onde está a Pousada ficam connosco. Nesse segmento o peso é pequeno, o que tem a ver com a dimensão do País. Hoje, as pessoas vão ao Norte e voltam no mesmo dia. Agora o peso da parte empresarial tem vindo a aumentar com a campanha “Privatize uma Pousada”, lançada no ano passado, e que pode, também, ser utilizada por particulares. É a oportunidade de uma empresa ficar com a Pousada 100% à sua disposição a um preço extremamente competitivo. Nós alugamos todas as infra-estruturas, desde os quartos às salas de reunião para a empresa montar o evento que quiser fazer. O pricing é feito ao contrário: se a minha ocupação prevista para aquele dia da semana é de 30% não vou querer que a empresa me pague a totalidade dos quartos, mas sim a ocupação que estava prevista, ou seja, cobro apenas 30%. É um produto muito interessante e algo em que tencionamos apostar, até porque a maior parte destas reuniões são durante a semana. Acredito que nos próximos anos o peso das empresas vai aumentar.
Por TitiAna Amorim Barroso
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