Portugueses estão cansados de imposições estéticas

80% dos portugueses acredita que o mundo seria mais feliz se as pessoas não estivessem tão centradas na beleza física, afirmando-se cansados da beleza e de todos os padrões estéticos impostos e aparentemente impossíveis de atingir. A conclusão é do estudo “I Body: The New Frontier” da Havas Worldwide, que revela as principais diferenças nas percepções de beleza e do corpo, em 28 países.

A única conclusão que pode ser aplicada a todos os mercados inquiridos é de que o corpo é fonte de felicidade e de que a larga maioria das pessoas tem uma relação positiva com o mesmo. Contudo, as semelhanças entre culturas ficam por aqui. Em matéria de comportamentos saudáveis e aproveitamento das novas tecnologias, as opiniões divergem significativamente de país para país.

No campo das inovações tecnológicas, os consumidores portugueses mostram-se receptivos a wearables que permitam monitorar condições de saúde como a pressão arterial, sendo que dois terços dos inquiridos dizem-se favoráveis aos mesmos. A nível global, a percentagem aumenta para 70%, sendo que metade já utiliza, de facto, um equipamento do género.

Quanto ao lado negativo das tecnologias, a generalidade dos inquiridos revela preocupações com a privacidade e com eventuais falhas de segurança e ainda mostra relutância num sector específico, a reprodução humana. 57% das pessoas afirma que seria mau para sociedade poder escolher facilmente as características de um bebé e 53% afirma o mesmo relativamente à escolha do sexo.

O estudo da Havas Worldwide revela ainda que Portugal insere-se na categoria de Holístico/Hedonista. O que é que isto significa? Que os portugueses encaram, por um lado, o corpo enquanto fonte de prazer e, por isso, vêem-no enquanto elemento de atractividade. Por outro lado, tendo em conta a perspectiva Holística, é dada importância ao cuidado do corpo, seja através do sono ou alimentação saudável, seja através de exercício físico ou apanhar sol.

Restam os Funcionalistas, tipificados pelos EUA, Reino Unido e Austrália. Os consumidores destes países vêem os corpos como máquinas e são orientados para o sucesso.

Os resultados do “I Body: The New Frontier” alertam também para uma nova tendência, associada em parte às novas tecnologias. Parte dos inquiridos a nível global revelou estar receptiva a transformações que os transformasse em cyborgs ou então modificações que pudessem, por exemplo, apagar memórias dolorosas.

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