Plano de Luís Delgado para a TiN veio “demasiado tarde”, revela Sindicado dos Jornalistas
O plano hoje revelado para a reestruturação da Trust in News (TiN) veio “demasiado tarde” para o grupo, que ainda poderia ser salvo na totalidade, disse à Lusa Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ).
“Luís Delgado teve todo o tempo para ter um plano. Neste momento já nos parece demasiado tarde”, disse, lembrando que no dia 29 de janeiro está marcada a assembleia de credores.
“Eu espero e creio que até lá haja propostas, até de aquisição”, disse Luís Simões, referindo que podem ser para todas as revistas, a maioria ou apenas algumas.
“Agora será demasiado tarde [para o plano] porque inclusivamente no processo do PER [Processo Espacial de Revitalização] não houve qualquer solução por parte da empresa que deixou ir para a insolvência”, salientou.
O presidente do SJ acredita que possa ser possível salvar o grupo inteiro. “Vamos imaginar que de uma forma credível, há alguém que apresente uma proposta para todo o grupo. Eu penso que pode ser viável”, disse, ressalvando que não sabe se isso vai acontecer ou se haverá propostas isoladas para alguns títulos.
De acordo com o dirigente sindical neste momento os trabalhadores dão até já os salários em atraso “como perdidos”.
“A grande preocupação neste momento é preservarem os postos de trabalho”, referiu, assim como os títulos “que são demasiado importantes para os deixar morrer”.
O plano de reestruturação da Trust in News (TiN) prevê a suspensão das revistas TVMais e Activa, entre outras, e a Exame continuará mensal em parceria com outro grupo editorial, segundo informação a que a Lusa teve acesso.
O plano prevê reforçar as publicações rentáveis e reestruturar dívidas com credores, tendo sido entregue no dia 27 de dezembro, tal como o presidente da TiN, Luís Delgado, tinha avançado no parlamento, em 18 de dezembro.
A TiN “propõe um plano de renegociação das dívidas”, sendo que “esse esforço reflete o compromisso da empresa em regularizar as suas obrigações financeiras de forma equilibrada e viável”.
Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e digital – Visão, Exame, Exame Informática, Courrier Internacional, Jornal de Letras, Visão História, Caras, Ativa, TV Mais, Visão Júnior, Telenovelas, Caras Decoração, Visão Saúde, Visão Biografia, Visão Surf, This is Portugal, e A Nossa Prima, e ainda um ‘website’ informativo Holofote -, está em insolvência e tem assembleia de credores marcada para 29 de janeiro.