Peugeot vai fechar fábrica em França onde trabalham 300 portugueses

A PSA Peugeot Citroen, segunda maior fabricante automóvel da Europa, prepara-se para fechar uma fábrica em França, colocando em causa o emprego de cerca de 300 emigrantes portugueses. A empresa pretende despedir 14 mil funcionários na totalidade, num esforço para estancar as perdas operacionais, que só no primeiro trimestre deste ano atingiram 700 milhões de euros.

Philippe Varin, presidente executivo da PSA Peugeot Citroen, anunciou hoje em Paris, citado pela agência Bloomberg, que a fabricante pretende eliminar oito mil postos de trabalho, que se juntam aos seis mil despedimentos que já tinham sido anunciados no ano passado.

O plano de reestruturação da empresa prevê ainda o encerramento da fábrica de Aulnay-sous-Bois, no norte de Paris, até 2014. Em declarações prestadas à TSF, Paulo Marques, presidente da Associação Cultural Portuguesa de Aulnay-sous-Bois, adiantou que trabalham cerca de 300 portugueses nesta fábrica, mas que muitos mais podem ser prejudicados com o encerramento por trabalharem em empresas parceiras da Peugeot.

Na conferência de imprensa desta manhã, Denis Martin, director de operações da Peugeot, garantiu que cerca de metade dos trabalhadores da fábrica de Aulnay-sous-Bois serão transferidos para a unidade de Poissy.

Para além dos três mil trabalhadores da fábrica de Aulnay-sous-Bois, a PSA Peugeot Citroen pretende eliminar 1400 postos de trabalho na unidade de Rennes, que será alvo de uma diminuição da produção, e 3600 empregos fora das fábricas. De acordo com a Bloomberg, a empresa tinha no final do ano passado 209.019 trabalhadores em todo o mundo.

«Estou perfeitamente consciente da gravidade das medidas anunciadas hoje, bem como do choque e das emoções que irão gerar», afirma Philippe Varin em comunicado, citado pela Bloomberg. Porém, «a profundidade e a persistência do impacto da crise no nosso negócio na Europa tornaram este plano de reorganização indispensável para alinharmos a nossa capacidade de produção com a procura do mercado», acrescenta.

Segundo a Bloomberg, a Peugeot foi, a par da Renault e da Fiat, a fabricante automóvel que registou a maior quebra de vendas este ano na Europa. No primeiro semestre, as vendas da empresa recuaram 13%.

A Peugeot tem procurado algumas soluções estratégicas para contrariar o ciclo de perdas. No início deste ano, a empresa assinou uma aliança com a General Motors, através da qual a fabricante norte-americana passou a deter 7% do seu capital, tornando-se o seu segundo maior investidor.

Além disso, a imprensa francesa tem especulado que o Governo de François Hollande pode vir a reforçar a sua actual posição de 15% na Peugeot, como forma de “resgatar” a empresa.

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