Pedidos de patentes em impressão 3D aumentam 8 vezes na última década
Um novo relatório do Instituto Europeu de Patentes demonstra que mais de 50 mil famílias de patentes internacionais (FPI) relacionadas com as tecnologias de impressão 3D foram registadas em todo o mundo desde 2001.
O estudo conclui que entre 2013 e 2020, os pedidos de patentes globais em tecnologias de impressão 3D cresceram a uma taxa média anual de 26,3% – a um ritmo quase oito vezes superior ao de todos os domínios tecnológicos combinados no período homólogo (3,3%).
O mercado de impressão 3D também se tornou mais diversificado. Enquanto anteriormente os principais intervenientes eram empresas de engenharia estabelecidas, estão também agora a surgir muitas startups e empresas de fabrico aditivo especializadas.
Os EUA ocupam a posição de liderança na inovação da impressão, com 39,8% de todas as famílias de patentes internacionais relacionadas com o fabrico aditivo entre 2001 e 2020. A Europa (39 Estados-Membros do IEP) vem logo a seguir com uma quota de 32,9%. Em conjunto, estas regiões representam praticamente três quartos da inovação em impressão 3D em todo o mundo. O Japão representa 13,9% de todas as FPI para impressão 3D, ao passo que a China e a Coreia do Sul representam 3,7% e 3,1%, respectivamente.
Na Europa, a Alemanha emergiu como líder em matéria de inovação nas tecnologias de impressão 3D, representando 41% da quota da Europa (Estados-Membros do IEP) entre 2001 e 2020, com 6700 FPI. A França ocupa a segunda posição com uma quota de 12% (1938 FPI), seguida pelo Reino Unido (12%; 1925 FPI).
Já Portugal foi responsável por 34 FPI neste período. Os pedidos de patentes portugueses em tecnologias de impressão 3D verificam-se principalmente no sector da medicina e da saúde, em particular na área dos implantes e próteses impressos em 3D (com 12 FPI nesse domínio, uma quota de 0,3% do total global), e em órgãos e tecidos artificiais (10 FPI, quota de 0,5%).
As empresas americanas, europeias e japonesas estão entre os principais requerentes de patentes de impressão 3D, com a General Electric, a Raytheon Technologies e a HP nos três primeiros lugares. A Siemens, na quarta posição, é o interveniente mais forte da Europa, com quase 1000 FPI.
Embora a lista das principais empresas seja dominada por grandes empresas de engenharia de vários sectores, o ecossistema da inovação em fabrico aditivo consiste em várias empresas especializadas em impressão 3D e num cenário que se demonstra promissor de startups.
As universidades e os organismos de investigação públicos (OIP) também contribuem de forma significativa para a inovação da impressão 3D. Aproximadamente 12% das FPI de impressão 3D foram registadas por universidades ou OIP, o que representa quase o dobro da sua quota habitual (7%).