Opinião de Sandra Alvarez (PHD): A nova geração: geração Beta
Por Sandra Alvarez, directora-geral da PHD
Ainda não foi suficientemente explorada a geração Alpha e já se fala da nova geração, a Beta.
Nascidos a partir de meados de 2020, são nativos digitais e crescerão rodeados por dispositivos electrónicos, internet e inteligência artificial. É uma nova geração que ainda está em desenvolvimento, são filhos dos Millennials (Gen Y) e da geração Z. A geração Beta é a primeira que nasceu num mundo onde a tecnologia está totalmente consolidada e, isso, é um factor que terá um impacto significativo no seu comportamento.
Os Beta nasceram e vão crescer rodeados pela tecnologia, por isso serão fluentes na sua utilização e não a verão como algo separado das suas vidas. Serão capazes de se adaptar rapidamente às novas tecnologias que vão surgir e às mudanças daí inerentes, serão conectados uns aos outros e ao mundo à sua volta e irão procurar constantemente novas formas de utilizar a tecnologia para resolverem problemas. Seja para tratar problemas globais, como a mudança climática e a desigualdade social, para criar novas formas de entretenimento e de arte ou para mudar a forma como trabalhamos e aprendemos.
Pelo que tem sido escrito sobre esta geração Beta, afirma-se que serão notórias algumas características distintivas no seu comportamento, como agilidade e imediatismo, pois estarão habituados a ter acesso à informação e ao entretenimento instantaneamente, vão ser ainda mais impacientes que os Z e os Alpha e vão querer que as coisas aconteçam rapidamente; criatividade e inovação, porque como não vão ter medo de arriscar, os Beta serão muito criativos e pensarão fora da caixa; defesa de causas e valores, como a justiça social, a sustentabilidade e a inclusão, pois serão ainda mais preocupados com o mundo à sua volta e vão querer fazer a diferença.
No contexto profissional, os Beta serão ainda mais propensos a serem empreendedores e a trabalhar em ambientes colaborativos e flexíveis, do que as gerações anteriores, pois estarão motivados pela liberdade e pelo desafio de criar algo novo.
Estarão acostumados a lidar com várias informações ao mesmo tempo e, por isso, estarão treinados e serão capazes de se concentrar em várias actividades simultaneamente.
Serão mais propensos a ser realistas sobre o futuro e estarão conscientes dos desafios que o mundo enfrenta, assim como motivados a encontrar soluções, ajudados pela tecnologia e pela inteligência artificial. O multitasking voltará de forma natural a ser valorizado.
A geração Beta ainda está no início do seu desenvolvimento, portanto, é difícil afirmar com certeza como irá impactar o mundo, mas será uma geração inovadora e motivada para enfrentar os desafios do futuro e é expectável que continue a impulsionar a inovação e a mudança social.
É mais uma geração com grande potencial de ser transformadora a nível social, e estou expectante para ver o que irá alcançar no futuro.
Artigo publicado na revista Marketeer n.º 332 de Março de 2024