Operadores turísticos recorrem cada vez mais a despedimentos

O sector do turismo e da hotelaria é um dos mais impactados pela COVID-19 e as empresas continuam a tomar as medidas necessárias para poderem manter os seus negócios em funcionamento. Se, em Maio, o lay-off foi uma das medidas mais comuns no sector, nos últimos seis meses viu-se superada pelos despedimentos: a percentagem de lay-offs reduziu de 30% para 27%, enquanto os despedimentos aumentaram de 8% para 16%. Os dados são do portal de emprego Turijobs.

«O sector continua a ser severamente prejudicado pelas medidas impostas pelo Governo para travar a propagação do vírus, as quais tiveram um impacto directo nos negócios turísticos e hoteleiros a nível global. Em Portugal, 90% das empresas afirmam que continuam a ser fortemente afectadas pelo COVID-19», conclui a Turijobs, com base na análise de mais de 5100 respostas.

De acordo com o estudo, se a redução de actividade provocou um aumento dos lay-offs e dos despedimentos, também levou a uma menor necessidade de novos profissionais, pelo que a segunda medida mais aplicada pelos operadores foi a estagnação dos processos de selecção, uma medida tomada por 20% das empresas inquiridas. Destas, 37% garantem não ter previsto fazer contratações nos próximos seis meses e 27% não prevêem sequer fazer contratações num futuro próximo.

Os operadores turísticos têm também procurado novos modelos e estratégias para gerar receitas, optando pela implementação de tarifas especiais para certos segmentos de mercado (um recurso para 36% das empresas inquiridas) e pela oferta de vouchers para futuras estadias ou serviços (27%).

Olhando para o futuro, 39% das empresas inquiridas afirmam que nos próximos três meses a situação vai piorar “de forma significativa”. Porém, são optimistas a médio-longo prazo, com 33% dos entrevistados a considerarem que a situação voltará à normalidade dentro de meio ano.

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