Olha para homens e mulheres da mesma forma? Esta campanha testa o (seu) preconceito
Quase 40% das crianças entre os 5 e os 11 anos acha que as mulheres devem ficar em casa e 38% afirma que os homens deviam trabalhar. As conclusões são da agência criativa CPB London que, em parceria com a analista Perspectus Global, desenvolveu um inquérito com o objectivo de compreender os preconceitos ainda associados ao papel das mulheres na sociedade.
Face aos resultados (no mercado britânico), a agência criou uma campanha onde destaca os enviesamentos que, consciente ou inconscientemente, permanecem nas pessoas e que se reflectem na sociedade. “Imagine” é o nome dado à acção publicitária que pede para que se “Imagine uma pessoa com o cargo de CEO. É um homem?” ou “Imagine alguém a chorar no escritório. É uma mulher?”.
Estes exercícios estão espalhados a nível nacional, no Reino Unido, através de cartazes, tendo como missão demonstrar a forma como a maioria das pessoas, mesmo sem se aperceber, continua a ser afectada por preconceitos de género.
O inquérito concluiu ainda que 45% das mil crianças abrangidas pela análise acredita que a profissão de enfermeiro é desempenhada apenas por mulheres, enquanto 22% acredita que a de médico é exercida por um homem. Além disso, 60% pensa que canalizador e electricista são profissões masculinas e quase metade (46%) diz que os homens são melhores engenheiros.
Contudo, o estudo também evidencia que grande parte das crianças (94%) acredita que devem ser aquilo que quiserem quando crescerem e 82% acha que os meninos e as meninas podem ser bons nas mesmas coisas.
«Tendo em conta todo o progresso feito até agora, é chocante ver o quão enraizadas as perspectivas sobre homens e mulheres ainda continuam a ser. Os nossos filhos têm estes pontos de vista e isso diz-nos que ainda temos muito trabalho para fazer, de forma a criar um mundo onde o género não interfere naquilo que se quer alcançar», refere Helena James, managing director da CPB London, citada pela Campaign.