O Marketing Digital em 2021: como a agilidade vai moldar o sector

Por António Alegre, CEO da Páginas Amarelas

Não há dúvida de que o último ano foi particularmente desafiante para a maior parte das indústrias e profissionais; no caso do Marketing Digital, 2020 pode mesmo vir a ser considerado revolucionário. A incerteza sem precedentes que os maiores acontecimentos do ano semearam a uma escala global – protestos em massa, fenómenos climáticos e, claro, a resposta à emergência pandémica – deixou os mercados intranquilos e a maior parte dos sectores com mais perguntas do que respostas.

Nem mesmo as circunstâncias atípicas abrandaram a velocidade da mudança e, com 2021 à porta, este é o momento em que paramos para pensar em objectivos, delinear métricas e tentar fixar indicadores que ajudem a prever as tendências que vão marcar o mundo no próximo ano. E, na sequência do muito que se aprendeu e evoluiu nos últimos meses, um atributo parece destacar-se no Marketing Digital: a agilidade.

Adoptar novas capacidades de resposta, com rapidez e precisão, vai substituir o pensamento de longo prazo e passar a ser a norma. Neste sentido, a digitalização vai continuar a afirmar-se cada vez mais e a forma como as empresas se organizam para prestar serviços será, progressivamente, impactada por níveis crescentes de agilidade. É de esperar, assim, que o conceito de ‘escritório virtual’ passe a fazer parte da indústria do trabalho flexível, fornecendo às empresas uma combinação de serviços, espaço e/ou tecnologia, sem o compromisso de um espaço de escritório dito tradicional. A crise desencadeada pela pandemia só poderá ser ultrapassada com imaginação e inovação e o ‘escritório virtual’ aliará a elasticidade necessária às empresas com processos de digitalização em curso.

Associada a esta tendência virá a necessidade de investimento das empresas em formação e capacitação digital. Competir no mercado global, atrair talento e garantir o grau de inovação que alimenta a nova economia requer empresas do mundo conectado e essas precisam de recursos com flexibilidade e resiliência para aprenderem hoje e escreverem o amanhã. As marcas florescentes serão as que souberem por que existem e para quem foram criadas, num mundo cada vez mais criado e gerido através das ferramentas online.

Todo este ajustamento terá como grande objectivo o fortalecimento de relações e muito especificamente as estabelecidas entre marcas e clientes. Os pequenos CRM’s para empresas tornar-se-ão, por isso, ainda mais importantes para os negócios. Angariar um cliente novo é significativamente mais caro do que reter um satisfeito e, nesse sentido, antecipar que necessidades serão sentidas será um dos maiores desafios para as marcas. Trabalhar a base de dados e conhecer bem para quem se vende será fundamental na nova abordagem centrada nas pessoas.

Invariavelmente, 2021 mergulhará os profissionais do Marketing Digital numa diversidade de novas tácticas e ferramentas. Os acontecimentos continuarão a condicionar a presença das marcas nos mercados mas o sucesso resumir-se-á a quão bem conhecerão os seus públicos, sendo (ou não) capazes de demonstrar empatia, reconhecer e servir as suas necessidades. Pense: que ponto da jornada digital do cliente poderá melhorar para acompanhar as mudanças de comportamento e gerar valor?

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