O Homem que Mordeu o Cão vai chegar ao cinema. Sim, em filme!

Nuno Markl tem o argumento escrito para “O Homem que Mordeu o Cão, o filme”. A informação foi dada pelo autor, radialista e cinéfilo no evento NOS Brand Activation Day que reuniu, numa sala de cinema no Colombo, agências de publicidade, de meios e responsáveis de marcas.

«Peguei em sete das histórias que eu achei mais cinematograficamente potentes de anos de O Homem que Mordeu o Cão e criei um argumento em que a equipa das Manhãs da Comercial está na rádio a fazer uma edição, eu estou a contar as histórias e, de repente, a meio da história, entramos no universo da história que entretanto está a ser interpretada com actores. Se eu conseguir reunir o elenco todo que tenho planeado vai ser o melhor elenco de sempre!», contou Nuno Markl.

O Homem que Mordeu o Cão é composto por histórias que se passam todas nos dias de hoje com assuntos como depilação ou idas a restaurantes. «Todas as histórias têm um potencial tremendo para que as marcas entrem de uma maneira não ostensiva», garante o profissional que será o realizador do filme numa estreia nesse papel. «É o tipo de filme em que se pode integrar eu estar a contar as minhas histórias e várias marcas estarem lá, no meio, ajudando a criar este universo. Abraçarei de uma maneira criativa esta angariação de marcas.»

Presente no evento da NOS, Alberto Rui, CEO da IPG Mediabrands, lembra que o brand content já existe há muitos anos, mas nos anos mais recentes entrou em muitos projectos de televisão e já começou a chegar ao cinema, sendo exemplo disso o filme “Pôr do Sol” com as marcas Somersby e NOS. «Grande parte da comunicação das marcas vai passar por brand content bem feito com as marcas a participarem activamente na construção das histórias. Desde que as marcas estejam no seu ambiente natural, todos têm a beneficiar com isso», garante. E acrescenta: «Estes conteúdos são óptimo espaço para marcas afirmarem o seu propósito e a sua missão de uma forma natural.» Reconhecendo que há um longo caminho a percorrer, afirma que é uma excelente oportunidade para as marcas.

Mas, adverte Nuno Jerónimo, cofundador e director criativo d’O Escritório, estas relações têm de ser win/win. «As marcas querem ser ouvidas, os filmes querem ser financiados. Mas além disso há a expectativa das pessoas [espectadores] que não pode ser defraudada», lembra. Para este profissional há que ter muita sensibilidade quando se fala em cinema e no envolvimento das marcas porque quem vai a uma sala de cinema ver um filme não pode sentir que lhe estão a estragar a experiência. «A virtude de ir ao cinema em vez de estar em casa a ver Netflix é desligar do mundo lá fora e ficar só com o filme.» O espectador aceita os anúncios antes do filme, mas não que o anúncio lhe entre pelo filme dentro. Daí que Nuno Jerónimo advirta que tem de ser muito bem feito para que no fim toda a gente fique satisfeita.

Texto de Maria João Lima

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