Mais que doar alimentos, apoio da Galp na pandemia vai além-fronteiras

100 toneladas de alimentos. Foi este o número doado pela Galp ao Banco Alimentar contra a Fome, uma acção que encerra o primeiro ciclo de apoios da empresa no âmbito da Covid-19, composto por várias iniciativas que não só tiveram impacto em Portugal como noutros países.

Este contributo ao Banco Alimentar resulta de uma parceria entre a Galp e a Uber Eats, que consistiu na doação de 10 euros em alimentos por cada encomenda feita nas lojas da marca acima desse valor, via Uber Eats. Estes alimentos serão, agora, destinados a Bancos Alimentares espalhados pelo País. «É uma gratificação enorme poder entregar estes alimentos e perceber que irão ajudar quem mais precisa», afirma Joana Garoupa, directora de Marketing e Comunicação da Galp.

Esta iniciativa é apenas uma das várias realizadas pela Galp desde Março, que permitiu apoiar 300 mil pessoas em Portugal através da Rede de Emergência Alimentar, em parceria com o Banco Alimentar e a Uber Eats, com a doação de bens essenciais e energia. Somam-se ainda 137 mil pessoas que beneficiariam da oferta de electricidade e gás natural a IPSS portuguesas e clientes Galp. Foram realizados 2500 testes à Covid-19 em regiões do interior português, disponibilizadas 200 caravanas para dormidas de profissionais de saúde e também foram doados 115 mil litros de combustível a viaturas do INEM.

No entanto, o apoio da Galp não se ficou apenas pelo território nacional. Dos 171 ventiladores doados para hospitais, para além dos destinados ao Serviço Nacional de Saúde Português, chegaram ainda a Cabo Verde, Eswatini, Guiné Bissau e Moçambique, tendo sido disponibilizados milhões de litros de água potável para Luanda, em Angola.

À Marketeer, Joana Garoupa faz um balanço extremamente positivo de todos os projectos destinados a ajudar várias comunidades, assegurando que a Galp irá dar continuidade a esta onda de apoio.

Joana Garoupa, directora de Marketing e Comunicação da Galp

As iniciativas da Galp destinadas ao apoio ao combate da Covid-19 arrancaram em Março. Como decorreu este trajecto?

Desde que começou a pandemia, fomos tomando conta do que ia acontecendo, organizando-nos para ajudar dentro daquilo que era possível. Sabemos que não há cidade, vila ou concelho que não tenha uma Galp, pelo que sabíamos que tínhamos de ajudar a população, preservando a cultura nacional. E a cultura nacional somos todos nós. Para além da preocupação em assegurar que as infra-estruturas que dependem de nós, como as refinarias ou os postos, se mantivessem em funcionamento, para que não houvesse falhas no gás e na electricidade, começámos a traçar outra estratégia. E identificámos duas áreas-chave para apoiar: os sistemas de Saúde e as emergências sociais.

No caso da área das emergências sociais, qual foi o ponto de partida?

Começámos a perceber que o tema da fome era crítico. Decidimos, então, ajudar ao combate a esta causa com várias iniciativas. Mapeámos todas as IPSS que trabalham com a Galp e são nossas clientes, de forma a oferecer um mês de energia gratuita. Nesta acção, conseguimos apoiar mais de 300 IPSS, o que é algo que nos dá muito alento para este processo. Estamos juntos neste combate. A pandemia fez com que fizéssemos exercícios conjuntos, promovendo a entreajuda.

Entreajuda, essa, que foi também materializada com o apoio ao Banco Alimentar…

No caso do Banco Alimentar, além de providenciarmos o combustível para que o transporte de alimentos seja possível, quisemos fazer mais. Juntamente com a Uber Eats, e envolvendo os nossos clientes, lançámos uma iniciativa em que, por cada 10 euros despendidos nas nossas lojas, via Uber Eats, iríamos doar o mesmo valor em alimentos para o Banco Alimentar contra a Fome. No total, são 100 toneladas em alimentos! É uma iniciativa nossa, mas só foi possível com o aval da Uber Eats e, acima disso, foram as pessoas, que contribuíram para este número. E esses alimentos serão destinados a Bancos Alimentares espalhados por todo o País.

Quanto à segunda área-chave, o que foi feito no campo da Saúde?

A nossa actuação consistiu em diversas acções, como a doação de ventiladores ao Sistema Nacional de Saúde, oferta de espaços de publicidade à Direcção-Geral de Saúde para fazer as suas campanhas de sensibilização à população ou a doação de combustível para as viaturas do INEM.

Nesta área, uma dos projectos de maior relevo foi o Camião da Esperança, que percorreu o País para realizar testes de Covid-19 em zonas de menor acesso. Como se proporcionou esta iniciativa?

A GlobalSport, empresa que faz acompanhamento de maratonas, tinha um camião parado, dado que não havia provas. Propôs, então, transformar esse camião numa plataforma ambulante de testes. Ao longo de um mês, o veículo foi preparado para o efeito, de forma a cumprir os parâmetros do Sistema Nacional de Saúde. Depois, propuseram à TVI, Rádio Comercial e à Galp levar este camião por Portugal fora.

Que resultados permitiu atingir?

Foi um projecto que decorreu durante um mês inteiro, tendo sido realizados 1500 testes em diversas zonas. O projecto, seguindo as indicações da Direcção-Geral de Saúde, consistia em ir a locais com maior dificuldade em realizar testes. Foi montada uma equipa de cerca de 15 pessoas, composta por médicos, assistentes, administrativos, que foram fazer testes em zonas mais remotas. Destaco o facto de que quando o camião entrava nas localidades, os habitantes aplaudiam. Foi fantástico, uma acção que teve um efeito incrível, uma vez que essas pessoas sentiram-me muito gratificadas por este apoio, que não foram esquecidas neste momento difícil. Foi, efectivamente, levar esperança às pessoas. Este será um dos projectos que vamos guardar com especial carinho.

O apoio à comunidade não se ficou apenas por Portugal, tendo a Galp ajudado também a vizinha Espanha e países africanos. Quais as iniciativas desenvolvidas?

Em Espanha, desenvolvemos uma iniciativa com a Save The Children, semelhante a esta que fizemos com o Banco Alimentar, consistindo na entrega de cabazes alimentares às famílias. A diferença é que existia uma lógica mais imediata, uma vez que esses bens eram entregues directamente às famílias. Em África, as necessidades eram outras. Em Moçambique, além da doação de ventiladores, fizemos acções mais focadas na sensibilização, em parceria com a instituição Helpo, para temas como a higienização. Em Angola foi completamente diferente: em Luanda, doámos dois milhões de litros diários de água potável para garantir a higienização. Dentro das duas áreas de actuação, adaptámos o nosso apoio às necessidades de cada país.

Quanto aos próximos meses, irão prosseguir com os projectos implementados?

Vamos dar continuidade a este apoio. Aliás, no caso do Banco Alimentar, já apoiávamos esta instituição, pelo que este apoio recente foi apenas mais uma iniciativa nesta relação de ajuda. No geral, vamos manter a nossa política de solidariedade e cidadania. O que aconteceu nestes meses foi que avançámos com uma série de frentes que vamos, com certeza, manter e seguir com muita atenção.

Texto de Rafael Paiva Reis
Fotografias de Walter Branco

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