Microsoft compra negócio de telemóveis da Nokia
A Microsoft anunciou hoje que chegou a acordo para adquirir a unidade de negócios de telemóveis da Nokia por 5,44 mil milhões de euros. A fabricante finlandesa de telemóveis, outrora número um mundial, vai deixar de produzir telemóveis, passando a focar-se nos equipamentos de telecomunicações.
De resto, o negócio trará consequências profundas para as duas empresas. Por um lado, a Nokia cede uma unidade de negócios que representou 50% das suas vendas em 2012, tendo facturado cerca de 15 mil milhões de euros. Por outro, a Microsoft, maior fabricante mundial de software, que tem no sistema operativo Windows a sua principal referência, reforça a sua posição no segmento hardware, em mais uma tentativa para contrariar a supremacia da Samsung e da Apple. Como parte do negócio, cerca de 32 mil colaboradores da Nokia serão transferidos para a Microsoft.
A transacção, que deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2014, envolve ainda a cedência de licenças por parte da Nokia. Em comunicado, a Microsoft adianta que vai pagar 3,79 mil milhões de euros pela unidade de telemóveis da Nokia mais 1,65 mil milhões de euros pelas patentes detidas pela companhia finlandesa.
O negócio envolve ainda o regresso do actual presidente executivo da Nokia, Stephen Elop, à Microsoft, empresa que abandonou em 2010. De acordo com a imprensa internacional, Stephen Elop poderá estar mesmo na linha da frente para suceder a Steve Ballmer, CEO da Microsoft, que anunciou na semana passada que deixará o cargo nos próximos 12 meses. Já o chairman da Nokia, Risto Siilasmaa, assume com efeitos imediatos o cargo de CEO interino da companhia sediada em Espoo, na Finlândia.
Da parte da Nokia, o discurso é o de renovação de uma empresa que registava nove meses consecutivos de perdas, incluindo um prejuízo de 5 mil milhões de euros no segundo trimestre deste ano, e uma quota de mercado de apenas 15%, que compara com a quota de 40% em 2007. «Para a Nokia, este é um importante momento de reinvenção e a, partir de uma forte posição financeira, poderemos construir o nosso próximo capítulo», afirma em comunicado Risto Siilasmaa. «Acreditamos que esta transacção é a melhor opção para a Nokia e para os seus accionistas», reitera.
Após o anúncio do acordo, as acções da Nokia chegaram a subir 45%.