Mercadona: Em Portugal, sê português

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O primeiro supermercado Mercadona em Portugal abriu em Julho de 2019 em Canidelo, Vila Nova de Gaia. Hoje, a marca conta já com 10 lojas no Norte do País e um bloco logístico na Póvoa de Varzim.

E o balanço que a marca faz destes primeiros meses é bastante positivo. Elena Aldana, directora-geral Internacional Institucional Relações Externas da Mercadona, assegura que os números ajudam a confirmar isso mesmo: «1500 sessões junto dos nossos Chefes (clientes) no Centro de Coinovação de Matosinhos, 900 colaboradores em Portugal, mais de 300 fornecedores portugueses, 217 milhões de euros em compras a fornecedores portugueses, 32 milhões de euros em vendas, 11 milhões de euros de contribuição para a criação de riqueza em Portugal através de impostos, suportados e cobrados pela Irmãdona Supermercados S.A. (a sociedade que a empresa criou em Portugal).» São números que deixam a empresa orgulhosa, porque reflectem a adesão dos portugueses à entrada da Mercadona em Portugal.

Elena Aldana sublinha que estes números reflectem o esforço dos 900 colaboradores da empresa que trabalham, todos os dias, para garantir que a Mercadona é uma empresa reconhecida por todos e da qual possam sentir orgulho. «Uma forma de recompensar os nossos colaboradores pelo esforço e o resultado conseguidos é o prémio por objectivos; este ano distribuímos 340 milhões de euros pelos nossos colaboradores.»

A responsável conta que, quando iniciaram a expansão para Portugal, sabiam que, em primeiro lugar, tinham de aprender, conhecer um país novo e adaptar a empresa a uma nova realidade que era, em simultâneo, a primeira internacionalização da Mercado- na. E aprender foi, sem dúvida, o principal foco. Avançam para um novo ano, em contínua aprendizagem, adaptação e inovação. Em 2020, a Mercadona mantém o foco na expansão, tendo já garantido a abertura de 10 novas lojas até ao final deste ano e um investimento de 150 milhões de euros. Já estão confirmadas: Viana do Castelo, Paços de Ferreira, Aveiro (Matadouro), Aveiro (Silva Rocha), Trofa, Águeda, Penafiel, Santo Tirso e Ermesinde.

Para cada loja serão contratados cerca de 60 colaboradores, mas também estão a recolocar colaboradores que trabalham em lojas da Mercadona de forma a que fiquem mais perto de casa. Como objectivo para este ano, a Mercadona pretende continuar a estudar as necessidades e preferências dos consumidores através do Centro de Coinovação, em Matosinhos. «Paralelamente, temos um forte compromisso com a sustentabilidade do planeta e, por isso, estamos a levar a cabo uma estratégia de longo prazo sob o mote “Ser Socialmente Responsável”, onde se incluem várias iniciativas com o objectivo de reduzir e eliminar embalagens desnecessárias, apelando à reciclagem como uma responsabilidade de todos e apostando na Economia Circular », sublinha a mesma responsável. Ainda não está definida uma data concreta para a chegada a Lisboa, mas a previsão é que seja em 2022.

«O foco de aberturas de lojas no Norte de Portugal prende-se, sobretudo, com a eficiência logística, sendo que o nosso centro logístico está localizado na Póvoa de Varzim», explica a mesma responsável. A empresa está actualmente à procura de uma plataforma logística na área de Lisboa, e que seja maior (prevê que seja totalmente automatizada) para servir as zonas Centro e Sul e dar apoio à zona Norte.

Modelo de Qualidade Total

A Mercadona quer ser reconhecida pelo Modelo de Qualidade Total, que tem o “Chefe” como orientação, apostando na segurança alimentar, na qualidade dos produtos e oferecendo preços baixos e estáveis (SPB – Sempre Preços Baixos). «Os nossos “Chefes” sabem que encontram estabilidade nas nossas lojas, pois os produtos têm sempre o mesmo preço. Não fazemos promoções. A Mercadona tem sido reconhecida pelos consumidores pela qualidade ao melhor preço e é isso que queremos conseguir e manter em Portugal», sublinha a mesma responsável.

Nesse sentido, ajustaram os preços para dar resposta ao que os clientes procuram, oferecendo qualidade máxima a um preço competitivo, e respeitando sempre a relação com os fornecedores. «Desde a abertura da primeira loja, já reduzimos mais de 2000 preços em todas as secções e independentemente da marca. Este trabalho é feito de forma ponderada, mantendo a qualidade, pois o nosso objectivo é satisfazer o “Chefe”.

Assim vamos ao encontro do que esperam de nós.» Gerar riqueza em Portugal «Somos uma empresa que gera riqueza no País, com a criação de uma sociedade em Portugal – a Irmãdona Supermercados S.A. – e o pagamento dos nossos impostos no País, mas também criando emprego estável e de qualidade (os 900 colaboradores contam com contrato sem termo desde o primeiro dia). Apostamos também na criação de uma cadeia agroalimentar sustentável, junto dos nossos fornecedores do sector primário e da indústria, com vista a que todos os elos ganhem dinheiro num relacionamento baseado na confiança e na estabilidade», explica.

Daí a política de não fazerem promoções, que tem como objectivo ser um projecto partilhado e sustentável que a sociedade queira que exista e da qual sinta orgulho. A Inovação e Transparência são também factores-chave no posicionamento da Mercadona no mercado português. No que diz respeito à inovação, a empresa trouxe para Portugal os seus produtos de marca própria: Hacendado (alimentação e bebidas), Bosque Verde (limpeza), Deliplus (cosmética) e Compy (produtos para animais de estimação), entre outras marcas, que está constantemente a adaptar para satisfazer os clientes. Resultado disso é que a taxa de sucesso dos produtos lançados pela marca ronda os 82% segundo um estudo realizado pelo Institut Cerdà, enquanto, segundo dados da Nielsen, a média no sector não vai além dos 24%.

Por outro lado, a transparência é um dos princípios base na relação com os fornecedores, 300 deles portugueses, com os quais colaboramos dentro da nossa política de Cadeia Agroalimentar Sustentável. Por isso, e porque querem garantir que os “Chefes” confiam na empresa e reconhecem a qualidade dos produtos que vende, são transparentes e dão a conhecer quem fornece cada produto da marca própria, identificando o fornecedor e origem nos rótulos de todos os produtos. Por exemplo, a marca de vinhos “Meio Escudo” é produzida pelo fornecedor “Quinta do Crasto”.

«Acreditamos que só assim o negócio pode ser sustentável, quer para a Mercadona, quer para os nossos fornecedores.» Em 2019, a Mercadona comprou 126 milhões de euros a fornecedores comerciais portugueses, mais 43% do que no ano ante- rior. Aliás, muitos são já os exemplos: a gama de vinhos é produzida por 19 produtores portugueses, grande variedade dos produtos de Pastelaria e Padaria são produzidos em Portugal e exportados para as lojas de Espanha. A fruta, como a pêra-rocha, a maçã royal gala ou golden, a banana ou o peixe, são alguns dos muitos produtos comprados no País. Por outro lado, existem sectores de produção sensíveis, como o exemplo do leite, no qual assumem o compromisso de ser produto 100% português, identificado nas embalagens através de um selo.

«A maioria dos produtos comprados em Portugal, cerca de 90%, foi exportada para ser vendida nas nossas lojas em Espanha, onde temos mais de 1600 supermercados. Os restantes 10% foram adquiridos pela Irmãdona, a sociedade criada em Portugal, para abastecer as 10 lojas da Mercadona, que abriram em 2019 no mercado nacional», contabiliza a directora-geral Institucional Relações Externas da Mercadona.

Uma questão de sustentabilidade As lojas em Portugal já estão equipadas com alternativas ao plástico e a Mercadona comprometeu-se a eliminar as bolsas de plástico de um só uso de todas as secções, assim como os produtos descartáveis de plástico. «As lojas contam com contentores de separação de resíduos nos armazéns das mesmas, de forma que já separamos para reciclagem mais de 76% dos resíduos que produzimos, com o objectivo de alcançar 100% em 2025.» A Mercadona, entre outras iniciativas, juntou-se recentemente à Smart Waste Portugal para promover a Economia Circular no país através da adesão ao Pacto Português para os Plásticos, plataforma colaborativa que pretende fomentar a Economia Circular dos plásticos em Portugal e evitar que estes se transformem em resíduos.

Entre os objectivos da empresa, até 2025, além dos já mencionados, estão a redução de 25% do plástico nas embalagens de marca própria (eliminando o que não acrescenta valor, incorporando material reciclado), que todas essas embalagens sejam recicláveis ou compostáveis, e que a empresa – que actualmente separa e envia para reciclar mais de 70% de todos os resíduos plásticos que gera – alcance os 100%, evitando que esses resíduos se convertam em desperdício.

Pronto a Comer

Em Agosto de 2018, a Mercadona lançou a nova secção Pronto a Comer e tem impulsionado de forma constante este projecto, com o qual dá resposta a uma necessidade real: um espaço com uma oferta variada de pratos preparados de qualidade, que permite aos seus “Chefes” manter uma dieta completa e equilibrada e que podem ser consumidos em casa ou noutros espaços, como escritórios ou parques, assim como na zona preparada com mesas e cadeiras que a empresa tem. No fecho de 2019, a Mercadona tinha investido 174 milhões de euros para a consolidação deste projecto.

Deste valor, 170 milhões de euros foram destinados à inclusão da secção em 309 supermercados de Espanha, enquanto os restantes 4 milhões de euros correspondem ao investimento realizado nesta secção nas 10 lojas que tem em Portugal. Do mesmo modo, a empresa, que conta com a colaboração de mais de 120 fornecedores neste projecto, continuou a oferecer formação específica aos mais de 3000 colaboradores que formam parte da equipa desta secção.

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