Mercado de roupa em segunda mão vai duplicar para 45 mil milhões
Até 2023, o mercado de roupa em segunda mão duplicará para 51 mil milhões de dólares, ou seja, cerca de 45,8 mil milhões de euros. O valor é revelado pela ThreadUp e pela GlobalData, que apontam para um crescimento equilibrado entre revenda e doações de peças e vestuário.
No ano passado, o mercado de roupa em segunda mão fixou-se nos 24 mil milhões de dólares (21,5 mil milhões de euros), tendo vindo a crescer consecutivamente desde 2012. Porém, verifica-se que em 2011 e 2012, este mercado correspondia essencialmente a doações. A revenda começou a destacar-se apenas em 2014, ainda que timidamente.
«Comparado com o mercado de vestuário no geral, o crescimento da revenda tem sido fenomenal», afirma Neil Saunders, GlobalData managing director & lead manager analyst deste estudo. «À medida que o mercado consegue alcançar a preferência dos consumidores por variedade, valor e sustentabilidade de forma única, esperamos que o crescimento elevado continue», adianta ainda o responsável.
A capacidade deste mercado responder àquilo que os consumidores querem resulta também num aumento do número de pessoas disponíveis para comprar roupa em segunda mão: 64% das mulheres comprou ou pretende comprar produtos que já pertenceram a outras pessoas – incluindo roupa, calçado e acessórios, mas também livros, mobília, entretenimento e artigos de beleza.
O mesmo estudo revela que não existe exactamente um tipo de cliente que compra produtos em segunda mão: vão desde a Geração Z (18-24 anos) aos Boomers (mais de 56 anos), passando por quem compra um casaco usado da Gucci e por quem fica satisfeito com um vestido da Old Navy.
Ainda assim, as gerações Millennial e Z parecem estar a alavancar o crescimento deste mercado. Clientes entre os 18 e os 37 anos estão a adoptar este comportamento 2,5 vezes mais rápido do que outros grupos etários. A ThredUp e a GlobalData justificam esta evolução com as possibilidades que a data science desbloqueou mas também com a automação e com as tecnologias que permitem comprar roupa a partir de qualquer lugar (basta um telemóvel).
Sustentabilidade é um dos factores de maior peso na escolha de roupa em segunda mão, mas existe outro apecto importante para aquela a que o estudo chama de “Geração Instagram”: este mercado satisfaz a vontade destas pessoas quererem ser vistas constantemente com novos looks.