Mercado de Campo de Ourique renovado celebra 1.º aniversário

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O Mercado de Campo de Ourique celebra o primeiro aniversário sob o novo modelo que trouxe uma vida nova ao equipamento público fundado em 1934. Uma injecção de energia e de cor num mercado que atrai tanto portugueses como turistas. Não há estatísticas, mas estima-se que já terão passado pelo Mercado da Rua Coelho da Rocha, em Lisboa, desde a renovação, mais de 530 mil consumidores e mais de 1 milhão de visitantes – 80% destes portugueses. E objectivo para 2015 é duplicar o número de visitantes, «o que passará pela introdução de uma oferta contínua ao longo do dia, nomeadamente junto de turistas», explicam os sócios fundadores Diogo Sousa Coutinho e João Cota Dias à Marketeer.

Para aumentar a frequência nos períodos fora das horas de almoço e jantar, o Mercado está a apostar na abertura de novos conceitos. A “Champanharia”, os quiosques “Cervejas do Mundo” e “Cervejas do Mercado”, a carpacceria “Contessa Antipasti”, as bancas tradicionais “Frutos Secos do Mercado”, a “Parceria das Conservas”, a “Algaraviada” e a “Praia da Compota” são as mais recentes novidades do espaço. A abertura da “Garrafeira do Mercado” está prevista para início de Dezembro e, para breve, a inauguração da padaria e pastelaria. Contudo, não se esperam alterações estruturais. «Sendo que o Mercado tem um espaço limitado e não temos conceitos a querer sair não esperamos grandes mudanças», relembram os sócios fundadores do Mercado de Campo de Ourique.

Sobre uma eventual vaga futura de renovações de mercados que impliquem a abertura de concursos de concessão, os responsáveis do MCO mostram-se prudentes: «Iremos analisar todos os concursos para concessão de mercados e apostaremos nos que acharmos que têm potencial. Ainda existem alguns com potencial mas não acreditamos que todos os mercados se revertam ao modelo que implementámos e tenham sucesso. Temos de ser muito rigorosos na escolha das localizações», contam à Marketeer.

Mas por agora, o tempo é de festejar. No dia 7, decorre no Mercado de Campo de Ourique a festa do primeiro aniversário, «para todos os clientes, de todas as idades, com todos os gostos. Com a colaboração de todos os lojistas, tanto do Mercado Tradicional como da Zona das Tasquinhas, conseguimos ter um sem número de iniciativas, vários workshops, ateliers, jogos, muitos petiscos e claro, muita música», asseguram os dois sócios. Destaque para os Parabéns que serão cantados ao Mercado, pelas 22h.

Nova vida no Mercado

A aposta de Diogo Sousa Coutinho e João Cota Dias foi transformar o mercado de um dos bairros mais tradicionais de Lisboa, Campo de Ourique, num local onde o tradicional e o moderno se encontram. A área da venda tradicional de peixe, fruta e legumes coexiste agora com 22 tasquinhas temáticas, onde tanto se pode comer marisco, doces conventuais ou sushi como beber um gin, champanhe ou um cocktail. Um espaço que se destaca pela convivência tranquila e cooperativa entre esses dois lados – muitas das antigas bancas acabam por funcionar como fornecedoras das novas tasquinhas.

«O balanço de toda esta aposta é sem dúvida muito positivo. O Mercado sempre foi um projecto que, por todas as suas características, nos deu muito gozo trabalhar e o reconhecimento ao fim deste ano traz-nos uma enorme satisfação. Foi um projecto no qual acreditámos desde o primeiro dia e que agora consideramos uma aposta ganha», segundo os sócios fundadores.

O modelo de negócio inspira-se nos modelos de exploração de espaços comerciais nas grandes superfícies. «Cada lojista paga uma renda mínima e se ultrapassar determinada facturação pagará também renda variável, este modelo de receitas permite alinhar os interesses dos lojistas com os nossos», esclarecem os sócios. Outras fontes de receita provêm da exploração directa pelo Mercado das tasquinhas de bebidas – Bar do Mercado, Gin Bar e Café do Mercado – e da cedência do espaço para eventos e activações de marca. As parcerias estabelecidas para a abertura do Mercado foram a Central de Cervejas, Refrige e Nestlé (cafés Tofa).

Este modelo de Mercado com área inspirada nos food courts foi adoptado noutros projectos para mercados antigos, como o recém-inaugurado Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré, um projecto da revista Time Out Lisboa. Não há rivalidade, sublinham Diogo Sousa Coutinho e João Cota Dias. «Lisboa tem vindo a crescer em termos de turismo e é uma cidade na moda. Quanto mais projectos houver que sirvam os turistas e tragam os próprios portugueses para a rua, melhor para todos. Este tipo de projectos dão origem a postos de trabalho, novas empresas, novos empreendedores e atrás desta dinâmica vem um aumento de consumo e animação à cidade», constatam.

Texto de Pedro Carreira Garcia

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