Marcas aderem à nova tendência Brat. Saiba do que falamos
O que é ser Brat? A tendência que está a invadir o Verão, começou por ser a capa de um álbum de uma artista britânica e rapidamente se estendeu a outras áreas: moda, dança e redes sociais.
Tudo começou quando a cantora pop britânica Emma Aitchison, conhecida por Charli XCX, lançou, a 7 de Junho, o álbum, “Brat”. O verde-limão brilhante ou o próprio título do projecto musical fizeram com que a capa do disco se tornasse viral, dando azo à criação de memes nas redes sociais.
“Brat” é o termo inglês que é originalmente utilizado para descrever crianças malcomportadas. Só que, este Verão, Brat tornou-se numa espécie de “filosofia de vida”, inspirada nos anos noventa e na cultura rave. Segundo a artista Charli, alguém Brat é «alguém que é um pouco desarrumado, gosta de ir a festas e, por vezes, diz algumas coisas estúpidas, mas que se diverte com isso». A nova noção da palavra pretende encorajar a autenticidade e a aceitação das pequenas imperfeições consideradas «provas da humanidade».
Certo é que os fãs de Charli associam-lhe a tendência e descrevem-na como sendo alguém com óculos escuros pretos grossos, cabelo comprido, maquilhagem esfumada nos olhos, tops curtos e saltos altos. Desde então, a artista passou a definir Brat como alguém que «é muito honesto, muito directo. Um pouco volátil. E que faz coisas idiotas».
Brat e Brat summer (Verão Brat) ganharam ainda mais força em Junho, mês do Orgulho LGBTQ+.
Assim, e impulsionados pela popularidade da artista junto da comunidade LQBTQ+ e dos utilizadores do TikTok, os grandes retalhistas, como a grande superfície Target, rapidamente se aperceberam do potencial do nome e criaram a categoria “brat summer”. Um novo grupo de artigos que podem ser associados à estética verde.
A influência da cantora não se fica por aqui. Depois de Charli XCX ter escrito na rede social X que “Kamala é uma Brat”, a 21 de Julho, a equipa de campanha da candidata às eleições presidenciais norte-americanas não perdeu tempo. Agora, o cabeçalho do perfil de Kamala HQ, no X, foi actualizado para tons Brat: verde.
Uma das músicas do álbum, “Apple”, tornou-se a fonte de uma dança viral que resultou em mais de 460.000 vídeos de pessoas a dançar ao som da música, incluindo a própria artista, comissários de bordo e até terapeutas. Muitos desses vídeos obtiveram milhões de visualizações cada.
Suzanna Avila, proprietária da pizzaria Cielo’s, de Los Angeles, publicou um vídeo dela própria a dançar de uniforme e com as pás de pizza na mão. O vídeo teve mais de 400.000 visualizações e Avila diz que teve aumento nas vendas.
A marca de produtos Moon Juice, também sediada em Los Angeles, desenvolveu uma bebida energética verde de matcha, o Bratty Shake, com o tiktoker Daniel Preda, conhecido como Mister Preda, que é parceiro da marca há alguns meses.
Alexis Antoniadis, director de marketing da marca Moon Juice, diz que Preda postou um vídeo com um falso smoothie que se tornou viral, a 11 de Junho, então a Moon Juice rapidamente criou um smoothie Moon Juice real, que estaria disponível quando a cantora estivesse em Los Angeles, para o concerto a 15 de Julho. A marca vendeu a bebida em copos que tinham escrito “Brat in a cup”, por 16,50 dólares (cerca de 15,20 euros) e enviou 20% dos lucros de cada venda para um centro LGBTQ+ local.
A criadora da tendência de dança “Apple”, Kelley Heyer, já teve algumas interacções com pequenas empresas. Embora não seja formalmente parceira de nenhuma marca, aceitou produtos com a temática Brat, que lhe foram enviados.
A empresa de jóias com vitrais e metais Studio Airik enviou a Kelly Heyer um conjunto de colar e brincos em verde-brat e a loja de bordados Read Receipts by Chantal, sediada em Austin, fez uma camisola personalizada bordada com frames da dança de Heyer a dançar o TikTok. Tudo isto foi posteriormente partilhado com os seus 203.000 seguidores num vídeo do TikTok.
Heyer diz: “Brat é verão, brat é festa, brat é alegria, brat é icónico, brat é divertido. Quem é que não quer fazer parte disto?”