Luiz da Gama Mór: “Já crescemos 9% acima do ano passado”

luizgamaSão 23 as companhias low cost já a operar em Portugal. Para se diferenciar mais ainda destas propostas, ganhando em valor e serviço, a TAP tem em curso um conjunto alargado de projectos junto de colaboradores e passageiros, os quais passaram já os 1.778 milhões, em Março.

Em 2010, a taxa de ocupação dos aviões da TAP atingiu os 74,6%, mais 6 pontos percentuais do que o registado em 2009. E, este ano, a trans­portadora aérea portuguesa já está a crescer 9% acima do ano passado. Resultado em muito do bom desempenho de alguns mercados em par­ticular, como o brasileiro e o africano, aliado ao reforço de rotas e à entrada em novos destinos, conforme explica Luiz da Gama Mór, adminis­trador executivo da transportadora.

Numa altura em que a sombra da privatiza­ção paira sobre a TAP, Luiz da Gama Mór diz-se mais empenhado em melhorar o desempenho da companhia, fomentando uma cultura de proximidade e satisfação ao cliente. Depois de alguns anos a comunicar o atributo preço – num cenário de profunda competitividade com as low cost -, o que a TAP quer agora é mostrar a sua proximidade e a capacidade de apresentação de serviços… que outras não têm.


A TAP transportou mais pessoas este tri­mestre face ao homólogo de 2010 e já disse publicamente que quer que a TAP transporte 9,5 milhões de passageiros em 2011. Os dados até agora indicam que está no bom caminho?

Neste momento já crescemos 9% acima do ano passado, o que está acima dos objectivos que tínhamos. Esse aumento deve-se mais a alguns sectores de rede que outros, nomeadamente o longo hall Brasil, que está a ser muito forte. No ano passado, a receita gerada em Portugal re­presentou 29% da receita da TAP, o que significa que 71% é gerado lá fora. Somos a maior empresa exportadora. E essa tendência – de diminuir o percentual da venda em Portugal – mantém-se.

Apesar de as receitas da TAP estarem a au­mentar, a receita gerada em Portugal no acumu­lado até Abril está 4% abaixo do ano passado. Não é uma quebra muito grande e tem sido com­pensada com o crescimento que temos tido fora.

No início do ano estimou que a compa­nhia crescesse 5% este ano. Tendo em conta que já está em 9%, é um número a rever?

Nunca revemos números.

O orçamento é composto de um conjunto de variáveis muito alargado – desde preço de com­bustíveis a preço passageiro.

Os mercados que mais cresceram, em número de passageiros, foram o brasileiro (25%) e africano (11%). Serão nestes que vão continuar a apostar? No Brasil entraram ago­ra em Porto Alegre…

Isso já era um projecto desde o final do ano passado. Estamos a crescer muito no Brasil – nos primeiros quatro meses 4%, depois do ano passado já ter sido muito elevado – e noutros mercados também. Como há uma queda de tráfego nos mercados tradicionais, estamos a tentar compensar noutros, nomeadamente no Brasil, onde estamos agora com o nosso 10.º destino que é Porto Alegre. Pretendemos refor­çar ainda mais a nossa presença no Brasil, em Setembro-Outubro. Tivemos também um cres­cimento significativo no Norte de África, mas temos um crescimento importante na Europa, com Dusseldorf, Manchester, Atenas, Viena, Bordéus e Dubrovnick.

Disse recentemente que a companhia aé­rea quer reforçar a sua actuação na América do Sul, a partir de Porto Alegre, existindo al­guns contactos com parceiros para avançar com voos para destinos como Montevideu ou Santiago do Chile. Como está este processo?

A nossa ideia é que Porto Alegre seja a porta de entrada no Cone Sul da América do Sul. Mas isso só se constrói a médio prazo, porque depen­de de ligações que haja de Porto Alegre para a América do Sul.

Estamos em negociação com a Pluna – a empresa aérea do Uruguai – e pretendemos au­mentar a nossa presença nesse país.

Este é um projecto conjunto nosso com o Governo gaúcho, mas a ideia é que Porto Alegre seja de facto a porta de entrada para o Cone Sul da América do Sul.

Ainda há mais brasileiros a voar para Portugal do que portugueses para o Brasil?

Os nossos voos são Brasil-Europa e Europa­-Brasil, pelo que é difícil dizer, do total de brasi­leiros que vêm, se estão a vir para Lisboa ou para Paris… Mas a diferença é imensa: o ano passado, 51% dos passageiros no total eram brasileiros (nestas rotas), 16% portugueses e o resto euro­peus. Temos 10 voos diários…

A crise no Norte de África tem aumenta­do – à semelhança do que está a acontecer na hotelaria – a procura de voos para o Algarve e Madeira?

O destino Madeira estava a cair. Temos fei­to um trabalho conjunto para promover novos mercados e ainda há pouco fizemos o lança­mento do destino Madeira no Brasil – uma acção conjunta do Turismo de Portugal, TAP e Secre­taria de Turismo da Madeira -, além de que es­tamos com uma oferta para que quem compre o destino Lisboa-Madeira a partir do Brasil não tenha que pagar a ligação ao Funchal. Acredito que a Madeira vai ter um excelente Verão.

Leia a entrevista na íntegra na edição de Junho 2011 da Revista Marketeer

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