Lucros da Prada crescem 60% no primeiro semestre
A marca italiana de artigos de luxo Prada registou um resultado líquido de 286,4 milhões de euros na primeira metade do ano, o que representa um aumento de 59,5% em relação aos 179,5 milhões de euros acumulados no período homólogo. Os resultados, que contrariam a tendência de quebra do mercado, foram dinamizados pelo mercado asiático.
Nos primeiros seis meses do ano, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa subiu 49% para 469,4 milhões de euros, de acordo com um comunicado do grupo, citado pela agência Reuters. Para a boa performance contribuíram sobretudo as marcas Prada e Miu Miu que obtiveram um crescimento das vendas na ordem dos 40,4% e 23,7%, respectivamente.
Em termos de regiões, o negócio da Prada assistiu a um maior crescimento no mercado chinês, onde as vendas totalizaram 334,6 milhões de euros, mais 50,2% em relação ao mesmo período do ano passado. De resto, o mercado Ásia-Pacífico representa já mais de um terço das receitas globais da empresa, que atingiram 1,55 mil milhões de euros no período em análise.
Os resultados da empresa, que concorre no segmento do luxo com marcas como Louis Vuitton e Gucci, parecem contrariar a tendência do mercado, que tem assistido a uma diminuição do ritmo de crescimento. Há cerca de duas semanas, os mercados soaram o alarme depois de a Burberry ter sugerido que o mercado do luxo pode vir a enfrentar uma crise prolongada, sobretudo devido ao abrandamento da procura no mercado chinês. Stacey Cartwright, chief financial officer da Burberry, afimou na altura que o número de pessoas a entrar nas lojas da marca afundou nas últimas semanas, mas alertou que a mesma situação está a acontecer às marcas concorrentes. «Sabemos que não estamos sozinhos», declarou.
Alheia a estes sinais, a Prada explica que beneficiou de uma oferta “flexível” que foi sensível às diferentes condições dos mercados onde actua, e a afirma que continuará a apostar numa estratégia centrada no retalho. Este ano, a empresa já abriu 28 novas lojas e fechou apenas duas, tendo no final de Julho uma rede de 414 superfícies.