Low-code e no-code: e se o Marketeer fosse programador?

Por Ricardo Rocha, managing director North America & head of Global Marketing da Noesis

Desde que o “digital” deixou de ser apenas uma buzzword do Marketing que as marcas procuram acompanhar as mudanças tecnológicas e a necessidade crescente de criar experiências personalizadas para os seus clientes.

Contudo, acompanhar a evolução tecnológica continua a ser um desafio em muitos departamentos de Marketing. O stack tecnológico é cada vez mais complexo e as soluções e ferramentas à disposição das equipas de Marketing são mais que muitas. Ao mesmo tempo, as competências exigidas ao marketeer “moderno” são praticamente “impossíveis” de atingir. Ao marketeer dos tempos modernos exigem-se skills de um super-herói!

É neste contexto que plataformas e soluções low-code e no-code fazem a diferença: tecnologia que permite valorizar a eficiência e entregar outputs personalizados.

O marketing moderno já não se resume a grandes campanhas publicitárias ou a conceitos criativos disruptivos. A digitalização trouxe consigo a necessidade de adoptar abordagens técnicas, onde os dados e a automação são peças centrais em qualquer estratégia. O low-code e no-code ajudam a quebrar parte da barreira tecnológica no Marketing, permitindo aos profissionais da área serem capazes de desenvolver soluções de forma rápida e independente, sem precisarem de conhecimentos profundos de programação ou de recorrer ao departamento de IT!

As ferramentas low-code e no-code oferecem interfaces visuais simples, onde blocos de funcionalidades podem ser arrastados e organizados, possibilitando aos marketeers criarem landing pages, automatizarem campanhas, desenvolverem fluxos e jornadas multicanal, sequências de e-mail marketing, integrarem APIs, conectando aplicações e garantindo a centralização de dados de diversas fontes ou criarem chatbots, sem depender de equipas técnicas e programadores.

O low-code e no-code facilitam a criação de fluxos de automação para tarefas repetitivas, como segmentação de campanhas, gestão de leads ou o envio de newsletters personalizadas. Algo que representa uma vantagem significativa para que os profissionais de marketing se possam concentrar em áreas de maior valor estratégico, como a criação de conteúdo criativo.

E com a “explosão” da IA a que assistimos no último ano, tudo isto pode ser ainda mais potenciado, facilitado e acelerado!

Capacitar as equipas de Marketing torna-se, portanto, essencial para qualquer organização que se queira ágil e competitiva. Garantir as ferramentas que proporcionem autonomia e liberdade para experimentar, testar e iterar rapidamente, o que é ideal para implementar soluções ajustadas a diferentes públicos e objetivos.

Acredito que estas plataformas estão a democratizar a capacidade de criar ferramentas digitais, essencial para abrir novos caminhos para o futuro do marketing. Uma disciplina que se quer cada vez mais “científica” e baseada em dados. Como sempre digo, no marketing, o espaço para o “achismo” é cada vez menor! O marketing já não é “apenas” um departamento criativo e pretende-se que seja também um motor de inovação tecnológica no seio das organizações.

O marketeer do futuro será alguém que compreende tanto de criatividade quanto de comunicação, estratégia e tecnologia, capaz de construir e adaptar soluções em tempo real.

As ferramentas low-code e no-code são o catalisador desta transformação, esbatendo a barreira entre o criativo e o técnico e, à medida que estas tecnologias evoluem, espera-se que mais funcionalidades avançadas estejam acessíveis, com a integração de inteligência artificial e machine learning.

A tecnologia está a (re)definir o papel do marketing nas organizações.

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