Lançado apelo internacional para adoptar crianças norte-americanas (protegendo-as das armas de fogo)

É com tinta portuguesa que se escreve a história da mais recente campanha anti-violência com armas de fogo. Criada em parceria pelas agências de publicidade independentes Stream and Tough Guy, de Lisboa, e Atlantic New York, de Brooklyn (que tem o português João Coutinho como cofundador), a campanha pretende ser provocadora e aponta aos legisladores dos EUA.

Explicando o contexto em que a campanha surgiu, a Stream and Tough Guy lembra que a violência com armas de fogo é a principal causa de morte entre crianças nos Estados Unidos, e a taxa de mortalidade infantil e adolescente no país é 28,6 vezes maior do que em nações comparáveis. E, apesar das evidências dos números, os legisladores “recusam fazer algo para travar a epidemia de violência das armas”.

Neste contexto, os cofundadores da organização anti-violência com armas de fogo Change the Ref (Manuel e Patricia Oliver, pais de Joaquin Oliver que foi assassinado no tiroteio da escola de Parkland em 2018) colocam um holofote sobre essa realidade com uma campanha internacional de consciencialização provocativa intitulada “Salvem-nos dos EUA”. Com esta campanha a Change the Ref visa envergonhar os legisladores dos EUA através de um apelo a pessoas de outros países para adoptar crianças norte-americanas e resgatá-las da violência das armas.

«Depois de seis anos a implorar, exigir e sugerir opções para minimizar a violência das armas no nosso país, esgotámos as entidades que poderiam ajudar. A nação tornou-se insensível à realidade absurda de pessoas inocentes a ser baleadas porque um grupo de políticos decidiu vender as suas almas à indústria das armas. Hoje, chamamos a atenção internacional com a principal intenção de revelar um sistema corrupto que glorifica as armas acima de tudo», disseram Manuel e Patricia Oliver.

Lançada em outdoors, mupis e posters em Londres, Madrid, Paris e Lisboa, a “campanha de adopção” (que será implementada em outros mercados seleccionados globalmente) aposta num visual remetendo para anúncios clássicos de jornais. Os anúncios dizem: “Os EUA não conseguem salvar as suas crianças da violência das armas, por isso dirigimos este apelo a pessoas de outros países: por favor, salvem estas crianças dos EUA. Considere adoptar uma criança americana.”

No âmbito desta campanha existe ainda um vídeo online com retratos de crianças num cenário típico de foto de anuário. “Salvem-nos dos EUA” vai chegar aos norte-americanos através de media paga em plataformas sociais e digitais como Facebook, Instagram e YouTube.

Artigos relacionados